Penduricalhos

Um país precisa de exemplos. E os exemplos têm que vir de cima. Só que isso não acontece.O que sucede são maus exemplos. Absurdos, alguns que constituem um acinte à situação aflitiva por que passa a maioria do povo.Diante disso vem o desalento, a tristeza, a revolta, e a certeza de que nunca seremos um país sério e justo.

Veja-se, por exemplo, os tribunais superiores,especialmente o Supremo Tribunal Federal. Aqueles senhores sidudos, circunspectos, de porte grave, com aquelas togas pretas, falando difícil e prolixos demais, muita gente acredita que são rigorosos até consigo mesmo, parciomoniosos, austeros, incapazes de aceitar ganhos exorbitantes, enfim, são exemplo para todos. Acontece, no entanto, que eles recebem o maior salario do país, o teto, 33 mil reais,agora o presidente interino conseguiu com o congresso que aumentassem para 39 mil. Sabendo disso ficamos admirados, nós os que recebemos migalhas de aposentadoriadepois de trabalhar 35 anos. Mas ministro é ministro, e 39 mil mesmo sendo muito dinheiro eles devem merecer.

Só que além desses 39 mil eles têm direito a um monte de penduricalhos, tais como, verba de férias, bonificação por aulas, abono de permanência, licença, ajuda para mudar de cargo, auxilio moradia, carro oficial com chofer... Detalhe: têm direito a 60 dias de férias (as férias mais longas do mundo) e podem, claro, vender as férias.No final ganham um salário milionário, digno de marajás. Ora, se já ganham o teto não deveriam ter direito a penduricalhos. Na Suécia e outros países sériosisso não existe.

Fala-se muito em reforma da previdência e acocho no povo, por que, para dar bom exemplo, não acabam com esses penduricalhos dos ministros dos tribunais?

É preciso começar a questionar isso, exigir ofimdos penduricalhos no serviço público, de cabo a rabo. Lutar por isso´faz parte do exercício da cidadania. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 01/07/2016
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