Mensagens que edificam - 221

Como viver da fé se a mesma é subjetiva?

A realidade da existência humana é apoiada, sob todos os aspectos, em substâncias táteis. Não falo do planejamento familiar, nem do desejo de um casal em constituir uma família, mas das vias de regras que propiciam o surgimento e o nascimento de mais um espécime humano. Isto vale para todo reino animal e vegetal também. Nosso mundo é o que vemos e sentimos, o que fazemos e o que interagimos. Plantamos, regamos e colhemos; comemos, bebemos e vivemos. É o ciclo da vida manifesto nas cadeias alimentares, nas culturas, nas expressões e nas manifestações mais diversas. Tudo é perfeitamente inclusivo no processo existencial, mas onde entra a fé? Esta, como já dissemos, se evidencia no inexplicável e no inalcançável. O que não conseguimos desvendar e o que foge ao nosso alcance é logo anexado à fé, ou seja, toda e qualquer coisa que não me seja possível pela normalidade, arremetemos para que a fé trabalhe. Um sonho, um desejo, uma realização, uma cura, uma solução, tudo que não podemos resolver pelos recursos próprios encomendamos a fé para que providencie. Em suma, tudo, hipoteticamente, é possível àquele que tem fé. Mas será que na vida prática é mesmo isso que acontece? Quantas vidas são ceifadas precocemente, quantos desastres acontecem, quantas desgraças, e o mais interessante é que tudo isto em meio à manifestação de muita fé. Quantos passam a vida inteira acreditando e esperando por algo, e morrem sem que seus sonhos tenham sido realizados. Em contrapartida, quantos não pedem nada, nem mesmo se utilizam de fé em divindade nenhuma e suas vidas são regaladas e seu sucesso é a mais pura expressão de muito trabalho, e nada mais do que isso. Há quem diga que estas conquistas e esses bens para nada servem, pois não vieram de Deus. Só sei que se a ordem dos fatores não altera o produto, eu não preciso me deitar na espreguiçadeira do ócio para espraguejar os bem sucedidos, e enaltecer a dor de cotovelos dos frustrados. Nunca farei da minha prédica uma tentativa inútil de convencer ninguém daquilo que está no escuro, ou nem está. Direi apenas que dou conta dos meus atos, e estes me dão a resposta daquilo que eu invisto. Fui ensinado a não ajuntar tesouros, mas convenhamos... A vontade de ter consome!!! Seria muita hipocrisia não admitir sentimentos e atitudes inerentes até mesmo aos irracionais, mas enfim, há quem prefira desfraldar a bandeira da fé para explicar o que ninguém nunca irá entender. Mistério...

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 16/07/2016
Código do texto: T5699947
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