DIA DOS AVÓS

É comemorado hoje o “Dia dos Avós” e aproveito para tecer modestas considerações a respeito da significativa data.

Eu e a Dona Mari, minha dileta esposa, temos cinco netos, Igor, Isabela, Victor, Guilherme e Tomás, tendo o mais velho, Igor, vinte e dois anos e o mais novo, Tomás, apenas onze anos.

Já disse, certa feita, o nosso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que “neto é o filho com açúcar”, dizendo-se um avô coruja, ou avô babão, como queiram. Concordo plenamente com ele, pois avós não medem esforços para colher um sorriso de alegria no rosto de um neto ou de uma neta.

Quando, por qualquer motivo, um deles adoece, seja um simples resfriado ou até coisa mais grave, sofremos juntos e desdobramo-nos em cuidados até o seu completo restabelecimento.

E os bisavós, então? Esses babam mais ainda, pois a alegria é dobrada. Lembro-me bem que o Igor, meu neto mais velho (hoje com vinte e dois anos), era doido com o “biso” Nèginho, meu sogro, apaixonado pelos filhos, netos e bisnetos.

Certa ocasião, brincávamos no jardim do nosso sobrado na Cachoeirinha, Belo Horizonte, chutando bola, quando a certa altura deitamo-nos no gramado, resfolegando de cansaço. Foi aí que o Igor perguntou-me, de chofre:-

“- Vovô, cadê o biso Nèginho? Faz tempo que não o vejo!...”

“- Ah, Igor, o biso virou estrelinha e foi morar no céu, lá em cima.” – e apontei para as nuvens brancas como chumaços de algodão.

Foi aí que o Igor, na inocência dos seus cinco aninhos, deitou sobre o meu peito e soprou nos meus ouvidos:-

“- Vovô, eu não vou deixar você virar estrelinha, não vou!”

“- Ah, é? E o que você vai fazer, Igor? Posso saber?...” – e o moleque, rápido e rasteiro:-

“- Eu vou prender você dentro do meu coração!...”- finalizou.

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B.Hte., 26/07/16