Um passeio a Araxá - MG

UM PASSEIO A ARAXÁ- MG

Por volta do ano de 1967 eu morava em Angra Reis, solteiro, trabalhava no comércio. Naquela época não há via internet, mensagem in box, celular, whatsapp, essas ferramentas de relacionamentos que hoje facilitam tudo. Nem telefone fixo tinha à vontade. Mas não é por falta disso que a moçada vai deixar de namorar.

No meu trabalho era muito difícil a gente conseguir uma folga e um grande amigo e colega de trabalho tinha iniciado um relacionamento com uma garota de Araxá através de um anúncio que ela havia colocado numa revista e estava gostando dela e acho que ela gostando dele também. Aí o patrão resolveu, no carnaval, fechar o estabelecimento durante os quatro dias. Meu amigo falou comigo: Gilson estou querendo aproveitar para ir ver a menina, quer ir comigo? - Topo, respondi. Sair de Angra para Araxá, como? Hoje seria só olhar no Google. Lembrei-me das vezes que eu ia a Juiz de Fora e via muito movimento de ônibus para todos os cantos. Falei com ele: -Vamos para Juiz de Fora que lá a gente se informa. Dito e feito, mas lá não tinha, tivemos que ir para Belo Horizonte e sair de madrugada de lá. Pegamos um ônibus não sei se às 4 ou às 5 horas e fizemos uma viagem ótima, só que muito demorada. Gostei à beça. Eita Minas Gerais encantadora, levamos mais de meia hora com o ônibus correndo dentro de um milharal. Chegando em Araxá fomos procurar a garota, ele não havia avisado, queria fazer surpresa. Andamos a cidade inteira e ninguém conhecia aquela rua, nem os taxistas. Fomos aos correios e fomos informados que somente o carteiro saberia, mas ele não ficava lá. A rua, nós tínhamos certeza que existia pois a correspondência deles funcionava que era uma maravilha. Passamos por uma rua de prostituição, a mulherada nas portas nos chamando. Falei para ele: - Vamos procurar em outra parte, pois aqui eu tenho certeza de que ela não mora. O nosso tempo já estava esgotado, pois de Angra a Araxá, contando os horários que gastamos, foram 24 horas de viagem, e tínhamos a volta. Falei com ele: -Sinto muito mas dessa vez não vamos encontrar a moça. Façamos o seguinte: vamos comprar papel de carta e fazer lá hotel uma carta para ela. Assim foi feito. Ele colocou a carta nos correios e no outro dia bem cedinho fomos embora. Dois dias depois que chegamos a Angra ele recebeu uma carta dela. Como chorava a menina! Então ela explicou que o endereço dela era num bairro chamado Barreiros. Por isso eu não gosto de surpresas, eu teria combinado com ela. Depois ele começou a namorar a filha do outro colega nosso e adeus Araxá. Mas eu gostei da viagem.

Gilson Faustino Maia

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 11/08/2016
Código do texto: T5725606
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