Coisas de mãe

Minha mãe tinha razão quando me dizia, desde muito tempo atrás, que você estava sendo preparado para o nosso grande encontro.

Ela tinha razão quando dizia que você seria o rapaz atencioso, um pouco tímido, maluco-apaixonado e nerd que tanto combinaria comigo. Ela disse - de um modo meio crítico - que eu encontraria o criançola que ia gostar de brinquedos, miniaturas e ficção científica como eu.

Ela sempre disse que minha casa teria a cara de um casal descolado, brincalhão e além de tudo sistemático, que todos os potes seriam identificados e que o enxoval seria todo colorido, demonstrando toda nossa alegria interior.

Ela disse muitas vezes que eu teria decepções pelo caminho percorrido antes de você e que com certeza você também colecionaria decepções, e que estas nos tornariam pessoas melhores para quando finalmente nos encontrássemos.

Ela sempre frisou para que eu não me preocupasse com o futuro e muito menos que me precipitasse em nenhum dos relacionamentos, pois o melhor ainda estaria bem guardado para mim.

De tanto que ela disse e descreveu, cá estamos nós.

Nos encontramos enfim! E não é que foi exatamente como ela dizia que seria? Assim de repente, quando eu menos esperava. Que ele viria até mim e se tornaria um louco apaixonado, e eu, corresponderia à altura.

Olho pra nós agora e vejo o quanto minha mãe estava certa o tempo todo.

Não me arrependo de nada vivido até hoje. Não retiraria uma vírgula da nossa história. Pois quem em sã consciência editaria uma história apaixonante e tão bem escrita?

Quanto a mim, sigo ansiosa pelos próximos capítulos. Contudo, é sensato não deixar de viver uma linha sequer da história toda.