Um trabalho de História do Direito

Há alguns meses, o Gabriel, meu professor de inglês, disse-me que proporia aos seus alunos de Educação Artística, na Escola Estadual Ângela Maria, um trabalho que seria a produção de vídeos sobre temas relacionados a todo tipo de arte. Gostei da ideia, guardei-a comigo, e agora decidi adaptá-la para História do Direito, disciplina que leciono no 1º período do curso de Direito da Faculdade de Pará de Minas.

Meus alunos ainda não sabem, mas assim que eu terminar de escrever esta crônica, vou postar as instruções para eles no portal da faculdade.

A proposta é mais ou menos assim: no dia 04 de outubro teremos uma atividade em classe valendo 10 pontos (esse negócio de pontos enche o meu saco, mas tudo bem). Nesse dia, eles já estarão preparados para o que vou pedir: a escrita de um roteiro para um documentário, de 10 a 15 minutos de duração, sobre qualquer tema da atualidade, mas relacionado à História do Direito. Vou postar para eles no portal, com antecedência, algumas dicas e instruções sobre como escrever roteiros para vídeos e documentários. Não precisa ser nada complicado, mas um bom conteúdo, análise crítica e criatividade são essenciais.

Eles vão me entregar os roteiros, feitos em grupos de cinco ou seis integrantes, vou avaliá-los, e para a próxima atividade de 10 pontos, que está marcada para 18 de novembro, eles vão criar um blog e postar nele os documentários prontos.

A tecnologia de filmagem que vou propor é a que eles mais adoram: o celular. Quem quiser fazer algo mais sofisticado, pode fazer, mas meu foco será o conteúdo, a análise crítica e a criatividade. Não há necessidade de câmeras sofisticadas, iluminação, sonoplastia, efeitos especiais e outras técnicas cinematográficas para realizar um bom documentário. Há inúmeros vídeos de excelente qualidade feitos com pouquíssimos recursos. O que importa mesmo é uma boa ideia, organização e empenho.

No blog vamos comentar todos os vídeos e os alunos aprenderão com os trabalhos dos colegas. Essa é uma parte que, a meu ver, é essencial na Educação. Os alunos aprendem, mas também ensinam. O professor não pode ser visto como o detentor absoluto do saber – isso já era. Sua presença em sala de aula, ou em qualquer outro ambiente de aprendizagem, é essencial para explicar o conteúdo, dar aulas, tirar dúvidas, mas não só. Um de seus papéis mais importantes é o de professor instigador, que, demonstrando paixão pelo que faz, motiva, estimula e orienta os alunos a produzirem conhecimento, a refletirem sobre a realidade, o mundo, a vida. Criar... Nossos alunos precisam ser estimulados a criar, a produzir... O conteúdo ministrado não pode ser visto como um fim em si mesmo. A partir dele, algo precisa ser criado, analisado, refletido...

Essa é a minha proposta. Quero ver meus alunos criando algo a partir dos conteúdos de História do Direito, discutindo ideias, refletindo sobre a vida... Espero que eles aprendam e se divirtam.

Flávio Marcus da Silva
Enviado por Flávio Marcus da Silva em 15/09/2016
Código do texto: T5761893
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