EMPRESTEI A NAMORADA
Dina, Dina!
O que foi Luiz?
Não consigo dormir, tô com uma insônia danada.
Vamos conversar, assim você se distrai e dorme.
Conversar sobre o quê?
Qualquer coisa. Fale da sua infância.
Que parte da minha infância?
Sei lá, quando você tinha uns 8 anos.
Ah...dessa fase eu me lembro bem. Eu estava apaixonado. Ela era linda, tinha os cabelos louros, parecia um manto de seda. E os olhos azuis eram como dois vaga-lumes que se acendiam a cada momento. Os glúteos, que naquele tempo eu só conhecia como bunda, se mexiam a cada vez que ela apagava o quadro negro. Era minha professora, tinha uns vinte anos. Se eu pudesse a sentaria numa cadeira pra ela me esperar crescer. Ela foi o meu primeiro amor e a primeira decepção também. No final do ano foi embora pra se casar com um cara que era de outra cidade e a levou pra longe de mim. Fiquei de luto por alguns dias, nem tinha vontade de comer, de tomar banho, de jogar bola, minha diversão predileta.
Logo me apaixonei novamente. Arranjei uma paixão mais compatível com a minha idade, mas ela, embora também tivesse oito anos, era muito infatil. Enquanto eu já me achava um homem, ela ainda brincava de roda e levava a boneca quando ia pra escola. Desapaixonei logo. Desde aquela época eu já gostava de mulheres mais velhas.
Depois foi a Juliana, que logo emprestei pro Junior.
Emprestou a namorada, Luiz?
É, mas ele era meu melhor amigo e como era meio feio, não arranjava nada. Aí eu emprestei a Ju pra ele.
Quer dizer que você, a qualquer momento, pode me emprestar pra um amigo feio?
Não, Dina! Agora é diferente. Eu já entendi que mulher não é caderno, lápis ou borracha que a gente empresta.
SILÊNCIO...ressonar, respiração tranquila. Graças a Deus ele dormiu. Vou fazer o mesmo, já está quase na hora de acordar pra ir pro trabalho.
..........
Com todo respeito, Criador, por que o Senhor não fez primeiro a mulher para que pudéssemos dar uma ajudinha na criação do homem? A gente daria várias sugestões, como, por exemplo, um interruptor com timer para desligar na hora de dormir e programar a hora de acordar.
Compreendo, se tivesse uma mulher ao seu lado, até hoje a sua obra não estaria pronta porque, verdade seja dita, a gente muda de ideia várias vezes ao dia.
Dina, Dina!
O que foi Luiz?
Não consigo dormir, tô com uma insônia danada.
Vamos conversar, assim você se distrai e dorme.
Conversar sobre o quê?
Qualquer coisa. Fale da sua infância.
Que parte da minha infância?
Sei lá, quando você tinha uns 8 anos.
Ah...dessa fase eu me lembro bem. Eu estava apaixonado. Ela era linda, tinha os cabelos louros, parecia um manto de seda. E os olhos azuis eram como dois vaga-lumes que se acendiam a cada momento. Os glúteos, que naquele tempo eu só conhecia como bunda, se mexiam a cada vez que ela apagava o quadro negro. Era minha professora, tinha uns vinte anos. Se eu pudesse a sentaria numa cadeira pra ela me esperar crescer. Ela foi o meu primeiro amor e a primeira decepção também. No final do ano foi embora pra se casar com um cara que era de outra cidade e a levou pra longe de mim. Fiquei de luto por alguns dias, nem tinha vontade de comer, de tomar banho, de jogar bola, minha diversão predileta.
Logo me apaixonei novamente. Arranjei uma paixão mais compatível com a minha idade, mas ela, embora também tivesse oito anos, era muito infatil. Enquanto eu já me achava um homem, ela ainda brincava de roda e levava a boneca quando ia pra escola. Desapaixonei logo. Desde aquela época eu já gostava de mulheres mais velhas.
Depois foi a Juliana, que logo emprestei pro Junior.
Emprestou a namorada, Luiz?
É, mas ele era meu melhor amigo e como era meio feio, não arranjava nada. Aí eu emprestei a Ju pra ele.
Quer dizer que você, a qualquer momento, pode me emprestar pra um amigo feio?
Não, Dina! Agora é diferente. Eu já entendi que mulher não é caderno, lápis ou borracha que a gente empresta.
SILÊNCIO...ressonar, respiração tranquila. Graças a Deus ele dormiu. Vou fazer o mesmo, já está quase na hora de acordar pra ir pro trabalho.
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Com todo respeito, Criador, por que o Senhor não fez primeiro a mulher para que pudéssemos dar uma ajudinha na criação do homem? A gente daria várias sugestões, como, por exemplo, um interruptor com timer para desligar na hora de dormir e programar a hora de acordar.
Compreendo, se tivesse uma mulher ao seu lado, até hoje a sua obra não estaria pronta porque, verdade seja dita, a gente muda de ideia várias vezes ao dia.