Mara e Paulo estavam apaixonadíssimos. Falavam-se várias vezes por dia, viam-se sempre que tinham uma oportunidade, trocavam mensagens a todo instante. Tudo seria perfeito se Paulo não fosse casado.
Mara lhe dizia que a sua felicidade dependia de uma decisão: ele se separar da mulher. Mas Paulo tinha uma situação difícil para resolver: sua mãe. A velhinha morava com ele. Não seria justo ele se separar e deixar a mãe, como presente para a ex-esposa.
Mara estava tão a fim de ficar com ele que lhe disse que não seria problema, que trouxesse a mãe. Ela tinha um quarto extra no apartamento e poderia alocar a velha senhora.
Conseguiu realizar o seu desejo. Paulo se mudou para a casa dela, trazendo a mãe. O que Mara não sabia era que a mãezinha dele era meio maluca.
No primeiro dia tudo parecia maravilhoso. Ela tinha o homem amado ao seu lado e um docinho de mãe que se instalou e se sentiu em casa.
No dia seguinte Mara e Paulo saíram, ela para trabalhar, ele para viajar a serviço.
A velhinha, 92 anos, começou a fazer umas modificações na arrumação da sala. Chamou o porteiro e começou a mudar todos os móveis de lugar. O porteiro só obedecia às ordens que dona Filó lhe dava. Afinal não estava ali para questionar e sim para obedecer.
À noite, quando Mara chegou, dona Filó a recebeu sorridente e dizendo logo que agora sim, a casa estava em ordem.
Mara engoliu em seco e pensou: não importa, pelo menos tenho o meu amor ao meu lado.
Segundo dia de novidades. Dona Filó convidou 15 amiguinhas para tomar o chá das cinco com ela. Vieram todas, uma vez que um chá era o maior acontecimento para aquelas senhoras.
Nada de especial, só que o chá das velhinhas era servido com rum, que dona Filó havia comprado, fiado, no armazém da esquina. As velhinhas estavam todas de porre, às 20 horas, quando Mara chegou.
No terceiro dia Mara já ficou imaginando o que a velha aprontaria. Chegou e a casa  estava em silêncio, apenas um CD de música romântica tocando. Foi entrando, cautelosamente em sua própria casa, e encontrou dona Filó e um velhinho deitados na sua cama.
Minha filha, me desculpe, mas eu e meu namorado não cabíamos naquela cama de solteiro que você me arrumou e, por isso, viemos para o seu quarto. Quarto dia, Paulo volta da viagem. Mara relata os últimos acontecimentos e lhe entrega uma mala com as suas roupas e outra com as roupinhas da mãe. Volta pra casa, Paulo, a sua mulher deve ser uma santa e não merece sofrer com a sua ausência.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 26/09/2016
Reeditado em 18/11/2016
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