ADEUS MEU COMPANHEIRINHO


    Hoje perdi meu melhor amigo.

   ​​​​​​ Duque meu cachorrinho de estimação que viveu dezessete anos.
     
     Um fiel companheiro que me guardava nos momentos tristes e sabendo disso passava a noite dormindo nos meus pés.

     Acordava-me pela manhã para que não deixasse de trabalhar, mesmo sabendo que ia latir até o meio da tarde de saudades...

    Lembro-me quando chegou.

    Minha irmã e meu cunhado imploraram para que ficasse com ele. Não o queriam doar a Suipa.

     Eles o resgataram do próprio ex dono que, furioso após ficar bêbado, o amarrou num saco plástico e o chutou violentamente. Minha irmã passava de carro e ela e meu cunhado foram em auxílio do animal.

  Como fora muito machucado, ficou internado numa veterinária na UTI, por vinte dias.

     Lembro-me que o veterinário garantira que ele era um simples vira latas que não cresceria muito.

  Quando chegou às minhas mãos, ainda tinha os pelos arrepiados do terror que passara.

     Foi um trauma tão grande para o animal que só vi seus pelos em estado normal após dois meses comigo.

   Porém, quando ele deu seu primeiro latido, fui obrigada a doá-lo. 

     Ele já tinha um metro e meio de comprimento sem a cauda. Ah, era um lindo e dócil pastor alemão.

     Como não se adaptara com o novo dono, o levei para meu ex marido que cuidou dele até os últimos dias de vida.

  Quero lembrar dele, sempre um filhotinho travesso que escondia meus anjnhos de porcelana da mesa de centro, embaixo da geladeira a cada vez que ia para a rua sem ele.

     O mesmo amigo que comeu um celular meu novinho porque teve ciúmes de mim com um novo companheiro.


     Podem falar, mas só quero lembrar do dócil cãozinho arteiro que por muito tempo alegrou-me a alma.

 
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Enviado por Maria de Fatima Delfina de Moraes em 01/10/2016
Reeditado em 01/10/2016
Código do texto: T5777859
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