Pude dormir.

Ele estava lá na fresta da janela do quarto. Naquele instante o vento estava brusco. Surpreendeu-me ao entrar, afinal o ambiente era calma, só se ouvia o vento rugindo trazendo o cheiro do mar.

Quando eu o vi temi, como nunca tive medo antes, preparei o ambiente para ele saísse,pois não era bem vindo. Eu não o convidei! Mas era petulante, não saía. A porta aberta e Ele não saía. A janela aberta e Ele na fresta observando o mar e sentindo a maresia.

E eu? Feito uma criança escondi-me atrás da porta. Porque Ele, apesar de ser sombrio , só gosta do dia. E na janela do meu quarto permanecia... Passavam-se segundos, minutos e horas, e eu perdendo o meu dia atrás da porta observando-o na fresta da janela do quarto. quando a noite chegasse como eu iria dormir?

O meu desespero era tamanho, porque eu não podia gritar, ninguém me ouviria; eu não podia correr se não Ele viria atrás de mim. Como? Como resolver isso? Temer não é o bastante. Sendo que Ele é como a escuridão no dia, sozinho ou acompanhado faz mal.

Não posso fechar a janela, Ele não sai de lá.

E a noite está chegando... ele ainda está lá sentindo a brisa do mar que toca suavemente a janela do quarto onde eu deveria dormir em paz.

Mais que de repente lembrei-me que no outro cômodo eu tenho um spray de pimenta. Assim abaixei-me suavemente,fui até o local, busquei o spray e espirrei no marimbondo e ele saiu da janela... então a noite chegou e eu pude dormir!

Dayane Gomes Cunha
Enviado por Dayane Gomes Cunha em 14/10/2016
Código do texto: T5791558
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.