LIXO,SACIZEIROS, CATADORES, CACHORROS E MENDIGOS

ONDE HÁ LIXO, HÁ TAMBÉM CATADORES, CACHORROS E MENDIGOS.

Amigos, devo confessar para vocês, que hoje do nada, me bateu uma inspiração para fazer esta crônica no monento em que eu estava na varanda da minha casa, voltada para o quintal e todo panorama da avenida e os viadutos da "Via Expressa Baia De Todos os Santos" por onde desfilam milhares de veículos e caminhões maus conservados ao extremo transportando de maneira perigosa seus "conteirens" passando por cima de tudo e todos.

Mas essa crônica que escrevo agora, trata-se de cenas do cotidiano, simples, corriqueiro,

trivial, banal, enfim, uma cena que certamente passaria despercebida para a maioria das pessoas que não ligam para nada mesmo. Mas não para alguém com alma de cronista assim como a minha pessoa.

Aconteceu ontem, terça-feira, dia em que os funcionários da limpeza pública com seu trabalho laboriosoa no intuito de manter a nossa Salvador e o nosso bairro bem limpinho.

Pelo muro da varanda, eu debruçado, vi quando um sacizeiro abriu o saco de lixo que alguém recentemente funcionário de uma panificadora havia colocado na caçamba fixa da rua e começou a remexê-lo, como uma criança que busca seu brinquedo preferido em meio a tantos outros, ou quem sabe, feliz que nem pinto no lixo.

Ele estava tão frenético que nem se importava com os transeuntes que passavam por ali. Fiquei observando por muitos minutos, debruçado no muro da varanda.

confesso que estava um pouco indignado e até torçendo que passasse alguma viatura da prefeitura com seus fiscais para lhe dar uma bronca ou um susto.

Imaginei; É assim que esse e outros agem dentro da cidade tornando-a um verdadeiro inferno. O cidadão coloca seu lixo de maneira devida em local adequado, mas nem o lixo tem paz? Porque os sacizeiros e mendigos, surgem do nada com seus sacos sujos nas costas e maltrapilhos rasgam o saco de lixo, pegam o que querem e deixam lá tudo ciscado e depois largam a “bagunça” para trás. O lixo espalhado.

É saco e papel voando ao sabor do vento, batendo no rosto das pessoas ou nos parabrisas dos automóveis

Que cena chata de um ser humano revirando restos que eu ou você havia colocado para

fora de casa. É algo que chateia demais.

Afinal, o material que ele encontrou ali deveria estar separado para reciclagem, para transformar em algum dinheiro e consequentemente prosseguir o seu círculo da droga.

Infelizmente eu não consigo encarar com naturalidade uma pessoa que não chegou nem aos 40 anos cheia de vida e sem pespectiva revirando sacos e mais sacos de lixo, mesmo que seja a procura de material para reciclar.

Seres humanos nunca deveriam precisar fazer isso.

Aqui em Salvador, exatamente numa avenida chamada Jequitaia, Cidade Baixa, tem um cidadão, que virou uma espécie de síndico do conjunto de quatro barracos erguidos sob o chamado Viaduto de Jesus, ao lado de um Mercado do Peixe. Entre moscas, ratos e 26 cachorros, vivem

várias pessoas. Duas são crianças - um menino de 1 ano e uma garota de 4 anos.

O vício em crack fez esse rapaz deixar a casa da mãe, na há nove anos. Sob o viaduto, ele e a mulher, improvisaram uma sala com sofá achado no lixo,e uma mesa, armário e cadeiras, também achados na rua.

E mais uma cena degradante diante dos nossos olhos Em pleno final de tarde de uma sexta-feira, o Rio Vermelho pulsa. Trabalhadores seguem para os pontos de ônibus,

sinaleiras cadenciam a pressa dos motoristas e boêmios inauguram a noite.

Nesse burburinho,aparece em cena um homem quase invisível desafia o mundo ao viver na Praia da Paciência como na Idade da Pedra. Esquálido, faminto e vestindo apenas um short esfarrapado, ele tenta transformar o lixo em fogo afim de retirar cobres dos restos mortais de um fio rígido, agredindo o meio ambiente com a fumaça tóxica, e naturalmente, empretecendo a parade do imóvel ou seja; do muro.

Após a tarefa, o homem recolhe os poucos pertences - três peças de roupa e dois saquinhos plásticos com algumas moedas - e rasteja para dentro de um pequeno buraco, uma espécie de caverna, a cerca de um metro do chão, e não dando a mínima para ninguém achando que tudo aquilo que ele fez, foi normal. O buraco fica nas rochas do morro ao lado da praia, o mesmo do restaurante Sukiyaki de comida japonesa.

O que eu quero dizer que diante a atual problemática de tragédias ocasionadas por excesso de lixo jogado nas ruas transformando-as em paraísos de mendigos, cachorros e sacizeiros, faz-se relevante abordar as consequências também do acúmulo de lixo numa cidade e os prejuízos derivados desse acúmulo à população. O problema se origina na ação do homem de irresponsabilidade para com seu próprio lixo, ou seja, do péssimo hábito de jogar seu lixo no chão.

A primeira consequência aqui suscitada é bastante visível aos olhos de todos, não sendo necessário, para percepção, qualquer estudo mais aprofundado. Trata-se da poluição física de extensas áreas da cidade que são destinadas ao proposital acúmulo de lixo, são os denominados lixões, onde todos os dejetos recolhidos são lá depositados sem qualquer tratamento ou cuidados que previnam a ocorrência dos efeitos gerados pelo amontoamento de entulho, e não se deve misturar entulho com lixo.

quem tiver seus destroços de casa que, banque a despesa com algum caçambeiro para fazer o descarte de seus monturos. Isso não é respeonsabilidade da Prefeitura não..

E também é bom lembrar que O lixo exposto ao ar atrai inúmeros animais, pequenos ou grandes. Os primeiros a aparecer são as bactérias e os fungos, fazendo seu fantástico papel na natureza. O cheiro da decomposição se alastra com o vento e atrai outros organismos, como baratas, ratos, insetos e urubus que, além de se nutrirem a partir da matéria orgânica presente no lixo, proliferam-se, pois o local também lhes oferece abrigo.

Esses animais são veiculadores (vetores) de muitas doenças, podendo ser citados a febre tifóide, a cólera, diversas diarréias, disenteria, tracoma, peste bubônica.

Não obstante o perigo à saúde trazido pelos animais em si, surge outro preocupante fator que deriva da experiência de uma cidade suja, qual seja, a veiculação de diversas doenças transmitidas pelos animais atraídos pela sujeira.

Com a higiene do local prejudicada, ocorre a proliferação de diversas doenças causada pela presença dos animais, tais como a leptospirose, doença causada infecciosa e potencialmente aguda causada pela

ingestão de água ou alimentos contaminados com a urina de animais. O tétano, causado por uma toxina produzida por uma bactéria sob uma forma extremamente resistente, enquanto esporo. A hepatite-A também é uma potencial moléstia causada por um vírus adquirida através de água ou alimento contaminados, ou pela transmissão de uma pessoa para outra. A cólera, causada por uma bactéria no estomago, cuja infecção se dá pelo consumo da água contaminada. Dentre as doenças causadas pelos animais atraídos pelo acúmulo de lixo, também se encontra o Tracoma, grave doença nos olhos, conhecida como uma das que mais causam cegueira causada pela Chlamydia tracomatis, transmitida pelo contato da

sujeira nos olhos.

Outra séria consequência, advinda do acumulo de lixo em lixões é que com o tempo a decomposição damatéria orgânica produz um liquido extremamente poluente, denominado chorume que é formado por diversas substancias toxicas ao organismo, como carbono e nitrogênio orgânico,além de materiais inorgânicos, como mercúrio, cobre, chumbo, arsênio, cádmio, cobalto e cromo, alémdisso, carrega metais pesados impossível de serem eliminados pelos organismos vivos.

E então meus amigos, diante dos diversos problemas supramencionados, associados a diversos outros que não foram abordados, percebe-se claramente, as severas consequências do mau direcionamento do lixo produzido diariamente em nossas casas, o reconhecimento desta problemática se faz de inteira relevância para que possa analisar estratégias que venham a sanar ou amenizar as consequências advindas de uma cidade, e que a prefeitura crie ou mantenha a sua equipe de fiscais da limpeza urbana afim de coibir mais a farra do lixo por parte de sacizeiros, cachorros e mendigos.

JOSÉ JOAQUIM SANTOS SILVA

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José Joaquim Santos Silva
Enviado por José Joaquim Santos Silva em 15/10/2016
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