Se for falar, não use muletas.

Falar em público é uma tarefa que petrifica a maioria das pessoas, e confesso que também fico tenso até que tudo começa, depois vou me soltando, e tudo passa. Se você fica nervoso, você é normal, até artistas consagrados confessam a sua timidez no palco, Roberto Carlos, John Lennon, Paul, Chico Buarque, Fred Mercury...a lista não tem fim.

O corpo todo fala junto com você, e quer queira ou não, o fato de estarem te analisando já incomoda, mas te digo com toda a tranquilidade, é preciso dominar o tema, não se afobar, pois o tema é o seu escudo e a sua espada, você está no comando nesse momento, então desfrute.

Algumas pessoas preenchem os espaços da fala com aquele incômodo "ãh, ãããh ", como procurando palavras, e isso é insegurança, e não é gente pequena não, são diretores, e que também falam com a mão no bolso , pulando nos calcanhares. Aqui entre nós...horrível !

E aquelas madames que dão aula de cosmético e técnicas de venda , então ? Um tal de dizer "tá" a cada final de frase, que é um "saco", além de ser uma muleta da pior qualidade (com cupim e tudo).

A primeira vez que fui falar em público foi quando me escolheram para representar os alunos, era formatura do ginásio, e tentei decorar alguma coisa, fui lendo e relendo no ônibus , e nada de guardar a fala, pois estava muito nervoso, amassei o papel e joguei pela janela (coisa de moleque), e na hora fui falando o que me veio à cabeça e pronto, tudo deu certo.

O Pelé por exemplo, sempre diz aquele "entende" no final, o que é uma muleta, e hoje virou marca registrada dos imitadores. Mas o que não gosto mesmo são os que dizem : " Eu por exemplo...", feio isso "heim" ? Desde quando é bonito se colocar como exemplo ? Um vício que deve ser evitado. Outro vício bobo é aquele do "Veja bem...". Ora , por que ? A pessoa nem sabe qual é o seu grau de entendimento, e já duvida da sua visão ?

"Entenda bem...", por que ? Já se começa duvidando do meu entendimento ? E se eu não entender daquele jeito, como fica ? Então entendi mal ?

Falem, e se a pessoa não entendeu, perguntará ou comprará a dúvida por conta própria, mas sejamos simples, objetivos, centralizados no tema, falemos com clareza, "calma", abrindo a boca, pois não fizemos nenhum curso para ventríloquo.

Há uma jornalista da Globo , ela é do SporTV (Joana de Assis), que me dá aflição, emenda as palavras "com uma velocidade...", como diria o personagem Juvenal ( O mesmo do Patropi), que parece estar falando outro idioma. Fico pasmo ! Isso é jornalismo ?

Agora chega, vou apagar a luz.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 19/10/2016
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