A saudade do campo

A saudade do campo, do fogão a lenha, da criação e da vida simples. Tempos sem tecnologia, que no máximo era a velha TV e o inseparável radinho a pilha para ficar em dias com as notícias, também podíamos ouvir recados de parentes e sempre aquela música caipira. As andanças a cavalo era uma das melhores diversões, na roça diversas opções de brincadeiras e travessuras saudáveis.

Nossa horta era enorme, tínhamos sempre pimentas, tomates, alfaces e outros legumes, naquele maravilhoso espaço. Toda aquela liberdade para fazer o que quiséssemos. Acordar ouvindo o mugir das vacas no curral e o cantar dos pássaros, tudo melancólico e de uma plenitude sem igual.

Lembro com saudades de pequenos detalhes daquele tempo, a criação de gado leiteiro e quando tudo se transformou em imensas lavouras de soja perdendo um pouco o romantismo da roça. Estudávamos em Juscelândia e todos os dias eu e meu irmão éramos levados numa Toyota velha que entrava água por todo lado e só retornávamos as 14 ou 15hs, enquanto batíamos a pé pelas ruas daquele lugarzinho interiorano.

Hoje não existe mais o mugir do gado, o canto estridente do galo, a algazarra dos pássaros e toda aquela liberdade maravilhosa. Só restou o barulho ensurdecedor da cidade, onde hoje as pessoas correm atrás do poder e dinheiro não dando tempo para ter uma vida saudável e feliz.

Goianésia, 27 de outubro de 2016

Aureliano Peixoto
Enviado por Aureliano Peixoto em 27/10/2016
Reeditado em 29/06/2018
Código do texto: T5805259
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