Compressibilidde ou condutibilidade

Acredita-se que dos estudantes envolvidos com a ocupação de escolas, 73% não tenha uma ideia mais definida, ou ideia alguma, a respeito da PEC 241 ou da Reforma do Ensino.

É possível que uma razoável porcentagem de pessoas não saibam bem o que possam estar fazendo num evento como o Círio de Nazaré, tal a grandiosidade de uma celebração que atrai multidões há anos. O mesmo ocorrendo com shows evangélicos programados para cidades de grande porte, embora sem a mesma expressividade.

Não será também nenhum absurdo imaginarmos que, durante as eleições, grande parte da população – o que Pelé já dizia – não saiba quem sufragar. Primeiro, porque é obrigada a votar. Segundo, porque quem não sabe ler, não terá muitas condições de opinar. Além de o voto poder ser conquistado com um churrasco, uma camisa de malha ou uma caixa de bombom.

Do mesmo modo, o fato de nos termos formado em Yale, Harvard ou na USP não devia ser a condição para que nos achássemos homens de brilho. Capazes de conquistarmos qualquer emprego, mas incapazes da própria conquista. Assim como pertencer à ABL não é necessariamente uma condição que nos deva inflar de importância, quando há entre seus membros homens como Sarney, que não deveria ter importância alguma, depois de conhecida a sua história.

Tudo isso, porém, é compreensível, se considerarmos a compressibilidade de tudo. E se percebermos que, enquanto vivermos, estaremos irrevogavelmente sujeitos às enxurradas da vida.

Rio, 08/11/2016

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 08/11/2016
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