Sou
Eu tenho ombros que carregam sentimentos do mundo todo. E talvez por isso, tem dias que acordo cheia de dores. O mundo tem sido um lugar pesado. Metaforicamente tenho vontade de perfumar de leve o pequeno globo que enfeita minha estante de livros porque toda tentativa vale a pena. Mas há muito já passei da fase de fantasiar as coisas e só restou essa pequenina saudade.
Em contrapartida também já perdi o medo das pedras no caminho. Hoje caminho sem pressa e já cansei de construir castelos. Mas os sentimentos do mundo ... ah o mundo. Esses meus ombros ainda carregam.
As vezes paro para pensar que pessoa eu seria sem eles e até desejo ser essa pessoa. Mas eu me lembro que não carrego nada sozinha e jamais vou abrir mão dos que caminham ao meu lado, sem pressa também.
Se meus ideais e ideologias parecem bobos ao resto do mundo: direito do resto do mundo. Oferecer meus ombros, é direito meu. Talvez por isso trago a rosa dos ventos no meio das asas.
De qualquer forma, lembrei da minha sobrinha de apenas 4 anos me dizendo uma vez: “tia, o mundo zá ta tão cansado. A zente pecisa cuidá do paneta. Fechá as toinelas e zogá lixo no lugai céito”.
Me dei conta de que talvez eu não receba conselho mais bonitinho.
Microconto de quinta: Doar-se?. Abraços.
*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.
Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)