O VELHO QUARTEL

Existe uma página no Face onde são postadas várias fotos antigas da cidade de São Paulo, e dias destes, um colega nosso postou a foto do antigo quartel do exército ali no Parque Dom Pedro, que atualmente encontra-se completamente abandonado, deteriorando-se cada vez mais com o passar dos anos. Um outro amigo da página sugeriu que ali poderia ser criado um museu ou um centro cultural, o que seria muito bacana por estar localizado em uma área central e de fácil acesso, pois fica ao lado da estação Dom Pedro do Fura-fila e também do Metrô. A princípio a idéia contagiou várias pessoas e não demorou muito para que dezenas de simpatizantes se propusessem a criar uma comissão para levarmos a idéia às autoridades competentes. Até ai tudo bem, estávamos tratando de cultura com várias pessoas cultas e inteligentes, até que de repente entrou na conversa um jumento empunhando a bandeira do seu partido político e sem ter a menor noção do que estava falando atacou o atual prefeito com palavras de conotação pejorativas e dizendo que o mesmo era contra qualquer tipo de ação cultural, por isso o nosso projeto não passava de pura utopia. Todavia, o infeliz não sabe que o imóvel em questão nem mesmo municipal é, pois ali o espaço é de âmbito estadual e está atualmente sob a administração da Polícia Militar. O espaço foi construído em 1765 e já abrigou o Convento das Irmãs Duarte (1852), Seminário de Educandos (1860) e de Educandas (1861) e o Hospício dos Alienados (1862-1905), no qual morreu o poeta Paulo Eiró, em 1871. Até 1992 pertenceu ao 2º Batalhão de Guardas do Exército e, a partir daí, o imóvel foi transferido para a Polícia Militar de São Paulo. Então, quando explicamos isso a ele, o mesmo desviou o seu ataque e passou a mirar seu estilingue no então governador do estado. Não demorou muito um outro jumento, de um outro partido, saiu em defesa do prefeito e do governador, usando também de palavras totalmente desqualificativas. Em questão de segundos, tudo aquilo que havíamos iniciado com dezenas de pessoas cultas e intelectuais, no intuito de criarmos um espaço para cultuarmos o amor e a paz, virou uma verdadeira batalha campal entre vários defensores do atual prefeito e de um outro grupo radicalmente contra. Foi bordoada e cacetada pra todos os lados. Um fanatismo sem precedentes, com os grupos se engalfinhado através de palavrões e adjetivos de arrepiar até cabelo de careca. Dá nojo ver um punhado de hipócritas, se achando os donos da verdade, sem um pingo de postura e educação, querendo dar uma de intelectuais. Meus amigos, tem hora que dá vontade de pegar o computador e jogar ele lá no meio da rua. E como já dizia a Nona Carmelita: Vai tutta la merda!