Salva Vidas.

Cronica

Salva Vidas.

Uma noite, um sonho. – dai-me Senhor um sonho, dai-me um objetivo. Ao fechar meus olhos me encontro em meio as águas do mar. Vejo corações, alguns não me eram diferentes. Olho ao horizonte e eis que uma grande onda estava por vir.

- Saiam! Vocês vão morrer. Não houve reação. Nadei e reboquei as pessoas um por um para a praia. Meus pensamentos: “a grande onda”, eu poderia ser atingido por ela. Um Espírito de coragem me fez pensar “morrerei se necessário, mas tentarei salvá-las”. Uma parede de terra cercava a praia. Quando reparei, havia uma fila para subir a parede que se estendia por quilômetros.

Subi, então, a parede e puxei um por um. Não há mais ninguém, uma sensação de alívio veio em meu coração, levantei meu rosto, podia sentir o vento passando por mim. Olhei para a praia e, em meio a aquela escuridão, enxerguei, na praia, uma casa de madeira azul. Havia pessoas correndo dentro da casa, desesperadas por causa da onda. “como eu pude esquecê-los?”

Eu vi um menino de uns cinco anos encostado na parede e olhando para mim. Estava chorando, podia ver seus lábios tremendo de medo. Eu gritava: venha, corra, eu seguro sua mão, rápido. Ele balançava a cabeça, com medo, de um lado para o outro “não”. A onda invade a praia inundando a casa. Eu chorava vendo a casa sendo inundada “como eu pude esquecê-los?”.

Lágrimas, vidas, lágrimas, vidas, lágrimas, vidas. Sem palavras. Abro os olhos. ‘ainda lágrimas, ainda vidas, eu havia me tornado um “salva vidas”. Mas jamais me tornaria, com coragem, um salva vidas se não tivesse a certeza de que alguém já não tinha salvo a minha vida antes. Alguém deu a vida por mim. Para que eu possa dar a minha para outra e me tornar um “ salva vidas”.

Lucas Duarte Monteiro.

27/07/2007

Lucasdm
Enviado por Lucasdm em 02/08/2007
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