impossivelmente

escutei o telefone tocar, por alguns segundos hesitei, mas eu realmente já sabia quem era, o que ia falar, as respostas que eu iria dar... mas atendi.

logo o mesmo sarcasmo nojento que sempre se manteve escondido entre desculpas e culpas esfarrapadas, que hoje não me convencem, mas que um dia me alimentou como heroína sendo injetada na veia de um viciado, me fazia ver o mundo de outra maneira. é interessante o que o medo faz às pessoas, e ao mesmo tempo humilhante, talvez mais pra mim, ter que aturar toda essa idiotice e cinismo que rondavam o telefone.

mesmo que tuas palavras saíssem radiantes e renovadoras como a de um anjo celestial anunciando a minha hora de ir, eu enfrentei... não será minha hora.

queria poder atravessar meus braços por esse aparelho estúpido e arrancar todos os pelos do seu corpo com meus dentes e fazer você vomitar por horas e limpar todo esse seu interior imundo, seu coração podre, eu arrancaria, o sentiria pulsar em minhas mãos e o daria aos porcos, que logo morreriam.

fui condenado algumas vezes, muitas fui inocente e me livrei de tudo de uma forma que me machucou e traumatizou profundamente, em outras, era intensa e verdadeiramente culpado, mas saí ileso.

é realmente muito difícil entender as coisas que nos circulam, mas impossível de controlar o que não se sente!

que é isso?

é extremamente repugnante ver uma mulher jorrar essa espécie de suco gástrico de sua vagina sobre seu corpo e depois vê-la defecar sobre você...

ame-me

ame-me

ame-me...

eu tenho medo da solidão!