Alvorada de um dia diferente - só hoje

Você sabe... Aquela dália...

“Meu amor nunca vai morrer” – ele me disse.

Mas, o amor não morre. Ele se regenera. E se encaminha à outros campos para se cultivar, para viajar, correr... Amar!

No horizonte leste, o céu fica vermelho. A noite está se indo, a lua se escondendo, Vênus se mostrando. E eu? Me sinto bem.

Amar também é libertar. É abrir mão para ser feliz, mesmo quando isso signifique mandar seu amor embora. É se amar.

Não se entrega uma fortuna à qualquer um. Se entrega a quem confia. Um momento na praia, vendo o sol nascer – como agora -, ouvir os pássaros festejar, o galo cantar, ele cantolar – ele, minha liberdade -.

Meu corpo vai. Minha alma continua em algum lugar dessa floresta de pedra e mentes perturbadas, tão preocupadas, tão ansiosas! E o tempo? Eu não quero saber. Só hoje, vou tomar café enquanto um gato desfila seu corpo esbelto para mim, farejando sua próxima lagartixa. Só hoje, vou me permitir dar bom dia ao motorista do horário seguinte, chegar atrasado no trabalho. Pedir um almoço, comer tudo e ficar sem ar de tanta comida. Chupar gelo e se acabar no refrigerante. Só hoje, não quero me importar com horário e, se algum observador perceber e perguntar, eu digo que estou doente – ninguém vai se importar mesmo.

Só hoje, vou me permitir. Vou comprar passagens de avião e voar para a cidade da promoção, vou pedir duas promoções do dia, comer uma e doar outra. Só hoje, vou olhar as pessoas e não me angustiar com suas angústias e amarguras da vida.

Ouvirei suas conversas e seus dilemas. Hoje, eu serei diferente.

Diego B Fernandes Dutra
Enviado por Diego B Fernandes Dutra em 14/02/2017
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