FERRADURAS EM... FECHADURAS!

FERRADURAS EM... FECHADURAS!

Quem nasceu há uns sessenta, ou mais anos, e em cidade histórica, hoje patrimônio da humanidade! Como o é Diamantina, tem uma imensa dificuldade para conviver com a atual juventude, pelos motivos claramente entendíveis e, infelizmente, patentes em todos os lugares do nosso tacanho planeta, senão, vejamos:

Na minha juventude, as moças eram chamadas de meninas ou donzelas, dava-se um imenso valor ao bom comportamento de ambos os sexos. Respeitavam-se aos mais velhos e cada um tentava ocupar seu espaço dentro de determinadas normas morais. Os botequins e os antros só eram freqüentados por maiores e sob as vistas e fiscalização de policiais enquadrados em suas disciplinas a ponto de nem fumarem na presença do “paisano”.

A PALAVRA ERA GARANTIDA, CULTUADA E ACEITA.

As moradias eram alugadas apenas com o entendimento verbal entre o locador e o inquilino, quando os aumentos eram, porventura, necessários, combinavam-se entre às partes sem nenhuma participação do “Estado”.

Nos mercados, viam-se, amontoados para brindes: limões, quiabos, melancias, abóboras, canelas para acender fogo, goiabas etc.

OS PROFESSORES E PROFESSORAS ERAM REALMENTE RESPEITADOS e, se necessário, faziam uso de réguas e palmatórias para manterem a disciplina escolar, sem que nenhum pai ou mãe os interpelasse, pelo contrário, o aluno que contasse em casa ter apanhado da professora, recebia reprimendas ou outra sova dos pais.

As vestimentas femininas eram daquele sexo e, as masculinas, dos homens... não havia miscelânea no vestir!

AS MÚSICAS NÃO OFENDIAM AOS OUVIDOS COM PALAVRAS DE BAIXO CALÃO e, se houvesse, só era tocado nas zonas boêmias com o som reduzido para não sair do perímetro.

A LIBERDADE IMPERAVA, TODAVIA, ERA PRATICADA COM RESPONSABILIDADE E MODICAMENTE SEM PREJUDICAR AOS DEMAIS.

O exemplo sempre partia dos pais, professores, religiosos e dos mais velhos.

Havia crimes das mais variadas espécies, todavia, eram difíceis as chacinas, uso e contrabando de drogas, quadrilhas, seqüestro, estupro etc., na maioria das vezes, o bandido só matava as suas vítimas para evitar ser morto, no caso de furto ou mesmo roubo.

ENTRETANTO...

Veio a segunda guerra mundial que, terminada, espalhou às suas mazelas pelo mundo todo embrulhadas com os seus “costumes” diferentes dos nossos.

OS “HYPPIES” NOS “INVADIRAM” COM SUAS PERFORMANCES DE LIBERDADE TOTAL, e amealharam muitos incautos rapazes e moças curiosas com o bem estar e liberdade total que eles fantasiavam para todos.

Terminada a fase daqueles libertinos, ficou a chaga purulenta no âmago de muito dos jovens.

COM O PASSAR DOS ANOS, FOI-SE INSERINDO NAS PESSOAS O MERCANTILISMO SELVAGEM DO PRIMEIRO MUNDO, onde o dinheiro era a fachada principal, ficando a honra encarcerada em cadeias de isopor à disposição de quem quisesse manchá-la, desde que tivesse valor monetário excedente.

Sendo o mal muito mais contagiante do que o bem, estando esse em desvantagem pecuniária àquele, medrou-se em local onde não havia maturidade moral, cobrindo de jaças a maioria de nossos jovens ainda imberbes.

O MAL PRECISA SEMPRE DE TER AFLUENTES A ELE COMPACTUADOS, EM RAZÃO DO SEU BRILHO SER FOSCO E SEUS VALORES DISPUTADOS POR TODOS OS IMPERFEITOS AO DERREDOR. Dessa forma, ao primeiro sinal de fraqueza, novos elementos entram em sua orquestra para júbilo de seus adeptos, um deles, foi à propaganda vinculada pela “mídia” sem um maestro que a controlasse nos acordes corretos, sem o regente, as suas melodias foram encontrar guarida na maioria dos jovens.

O maior mal ocasionado contra nossa família pela “mídia” é o escandaloso e lascivo mostruário televisivo que, em todos os horários do dia, são estampados em telas de televisão com foco direto em nossas salas, portanto, em nossos filhos, seus amigos e outros menores, que ficam vendo, às vezes, sem entender bem, porém, entranhando em suas mentes juvenis para, mais tarde, jorrar inundando suas atitudes em desfavor de todos e a favor da imoralidade coletiva.

Lembro-me bem de que quando a televisão começou a mostrar atitudes eróticas, fê-lo em uma novela onde só se ouvia o respirar arfante de dois amantes praticando a cópula, os mais velhos entenderam, os mais jovens armazenaram o fato para praticá-lo, sem o conhecimento exato e preventivo, no futuro.

Pouco a pouco, foram desnudando as mulheres e até os homens frente a todos os telespectadores, sem se interessarem com o fato de crianças estarem na observação, vêem-se, hoje, até padres cantando no meio de mulheres seminuas, agarrados à venda de discos ou a um microfone como se fosse a sua bíblia.

A revolução de 1 964, pelo menos, teve um mérito, censurava tais libertinagens. Com o seu término, que era necessário, Ela voltou mais encorpada, moderna e mais ousada do que antes.

O rádio e a discoteca também acompanharam a lascívia, contudo, como seus campos de ações não são televisivos, bem menos mal fazem á sociedade.

É PRECISO UM BASTA!

NÃO É POSSÍVEL TRANSCORRER TANTA LIBERTINAGEM TRANSMITIDA POR ANTENAS E SATÉLITES, ONDAS DE RÁDIO OU DISCOS, SEM UMA FECHADURA QUE POSSA CONTÊ-LA, pelo menos, quase ao máximo e em defesa dos jovens imaturos no aprendizado erótico, não seriam necessárias lacrar todas as portas desse malefício, apenas, fazer com que ele só alcance aos maiores que não se envolveriam totalmente com as sugestões lhes acenadas por lindas mulheres ou rapazes guapos.

Uma tecnologia e cibernética que está ufanando de poder efetuar viagens ao espaço, bem poderiam descobrir uma forma de que seus sinais emitidos de libidinagem e mostras eróticas só fossem captados por maiores esteja onde estiver o transmissor, o seu telespectador ou ouvinte. Isso, em nada prejudicaria o emissor em razão do menor não ser independente e, portanto, não ser cliente das insinuações apresentadas que, na verdade, giram em torno do mercantilismo mascarado pelo erotismo.

Há séculos, li que um general vencera uma guerra de campo recuando suas fileiras na parte central e aceitando o inimigo avançar por ali, contudo, a cada recuo, sua tropa formava uma espécie de “U” envolvendo a frente, com os que recuavam e os flancos do inimigo que avançava convicto de que estava ocorrendo uma debandada, resultando numa derrota por receber artilharia dos lados direito, esquerdo e fundo! Para mim, tal oficial utilizou a formação numa espécie de um grande pote OU UMA IMENSA FERRADURA QUE SÓ NÃO SE TRANSFORMOU EM CÍRCULO PORQUE O GENERAL NECESSITAVA DE UM POSTIGO PARA OBSERVAR AMBAS AS TROPAS EM COMBATE.

Os nossos governantes, desde que ciosos dos seus deveres de proteção às famílias, deveriam estudar a estratégia daquele militar, adaptando-a para o momento atual, em luta contra o erotismo barato e oferecido diariamente a maiores e menores, sendo praticado pelos devassos em razão da lacuna da fiscalização, resultando numa escola de lascivas que “corariam” às prostitutas antigamente freqüentadoras das zonas boêmias e lupanares.

Do jeito que as coisas estão enfileirando-se para o mal, com os afluentes (já referenciados) investindo dinheiro na certeza de abocanharem grandes fortunas em pouco espaço de tempo, num futuro não muito distante, não terão mais clientes em razão de tê-los exterminados ou amealhados para as suas fileiras. Todos nós sabemos que o mercado não é lucrativo sem o equilíbrio da oferta e da procura.

No meu modesto entender, deveríamos estribar nos ensinamentos do general referido, ou no princípio das guerrilhas que é não atacar diretamente o inimigo mais forte e, sim, miná-lo aos poucos ferindo e lambendo como o fazem as baratas!

A forma mais temida por parte dos mais abastados é tocar em seus bolsos! Para tanto, sem alarde, elaborar uma lei que sancione a libertinagem em direção dos menores com multas muito altas ou, pelo menos, ao nível dos lucros delas obtidos. Garanto que, paulatinamente, dos vídeos desaparecerão a depravação que só existe em razão do lucro fácil.

É preciso fazer com que as multas funcionem como uma ferradura gigante cedendo e circundando conforme as circunstâncias se apresentem, contudo, sempre aplicando suas sanções e fechando o cerco até que a passagem de saída só ocorra para a distribuição da arrecadação em prol de todos, principalmente, na recuperação da juventude, tão dilapidada pelos infratores.

Em pouco tempo, a FERRADURA/FECHADURA ficará estanque pela eliminação do mal sensual vigente e, portanto, também, sem as arrecadações, porém, as mentes juvenis ficarão descongestionadas dos acenos pueris e devassos do mercantilismo sexual.

A VERDADE É PROEMINENTE POR SI PRÓPRIA, A MENTIRA NECESSITA DA CUMPLICIDADE!

Não é justo eximirmos de responsabilidades e atribuir toda a culpa aos projetores das mostras de nudismo, nós temos a nossa parcela de responsabilidade em uma porcentagem bem grande, pelas razões seguintes:

-Aceitamos, passivamente, o domínio do mercantilismo selvagem em nossas vidas em nome das facilidades que ele aparenta ter para as nossas comodidades mais prementes, nos esquecendo dos escudos da moralidade com os quais temos a obrigação de proteger a nós e aos nossos familiares.

-As mulheres, a cada dia, estão perdendo sua majestade de rainha do lar, com honrosas exceções, para ocuparem o trono de soberanas da lascívia. As assim desviadas, a troco de um miserável dinheiro, desnudam-se em público ou ante as câmaras para qualquer um que aceite observá-las. Esquecendo-se de que às suas células, a cada dia, estão a conduzindo a uma velhice defasada da moral e alheia ao mesmo publico que, antes, a aplaudia apenas pelas suas formas esculturais, entretanto, perdido o viço, serão como folhas de jornais já lidas e relidas várias vezes no passado delas.

Em meu tempo de rapaz, era hábito darmos volteios e negaceio apenas para olharmos uma nesga de coxa feminina resultante de um descuido, hoje... É comum ver-se rapazes ao lado de mulheres semidespidas com olhares alhures e desatenção completa do “material” que tem ao seu redor, isso é resultado da oferta estar muito à frente da procura e o que vale mesmo nos trâmites sexuais é a conquista mais difícil e não o oferecimento total.

Os nossos representantes políticos, encarregados por nós de elaborarem leis eficazes que nos beneficiem, procedem como cegos ou surdos a tais reclames indecentes com receio de perderem votos para uma futura eleição ou entrarem em atrito com a “mídia”. Bastaria a vontade política para que uma cortina indevassável vedasse essa imoralidade cada vez mais crescente e provocadora de muita ruína moral e até intelectual e financeira.

As empresas e a indústria, quase que em geral, também são responsáveis por tais desatinos, quase todas as propagandas envolvendo mulheres e homens em telenudismo e fazendo gestos impróprios, propalam mercadorias que, praticamente, nada têm a ver com a imagem, ficando essa apenas sugestionando os eventuais e muita das vezes incautos compradores, e, maculando a inocência dos menores e incapazes telespectadores.

Atualmente, quase não se vê na maioria dos canais de televisão um programa sério e que possa servir de ensinamento por mais simples que seja, a maioria dos programas apresentam novelas com cenários fora da órbita do cotidiano brasileiro, com a amante sempre mais bonita e prendada do que a esposa traída, com personagens passando necessidades e, até fome, numa sala cheia de vasilhas de prata e muito luxo ou, até com o mal saindo vencedor em muitas delas.

ESTAMOS VIVENDO NUMA ÉPOCA DE HIPOCRISIA QUASE QUE GENERALIZADA:

A imoralidade está patente e até teleguiada, e os governantes fazem de conta que não ocorre nada errado:

As drogas e o contrabando proliferam e... Quase ninguém faz nada!

Os detentos armam rebeliões e os quem têm a obrigação legal de separá-los de nós, não conseguem manietá-los, se não o fazem, por qual razão ainda os chamam de detentos ou presidiários?

Alegam que o cigarro faz mal a saúde e até ficam a cercearem os fumantes, entretanto, a própria secretaria da saúde mascara tais propagandas de tabacos com os dizeres “faz contrair câncer, mal a saúde etc.”, ora bolas! Se fizer mal e àquela secretaria tem por obrigação zelar pela saúde e o bem estar de todos, o que ela deveria é proibir a propaganda e não lhe dar um diploma de sua incapacidade, tolerância e inoperância!

Será que estão permitindo a propaganda em razão dos impostos do cigarro ser altos?

Continuar a enumerar os culpados não levaria a nada em razão de termos em nosso interior um fervilhamento de opiniões, muitas delas desconexas, atritantes e jactantes, com cada um de nós imaginando sermos os donos da verdade sem darmos conta de que é preciso um equilíbrio eqüidistante dos extremos para o controle total das situações, quaisquer que sejam elas!

O MEIO TERMO E O LIVRE ARBÍTRIO SÃO A MOLA MESTRA DA CONVIVÊNCIA PACÍFICA ENTRE TODOS OS SERES HUMANOS.

Neste século que findou, foram encontrados vários potes com mel puro em tumbas de faraós, cujos embalsamentos transcorreram há milhares de anos.

Os patriarcas bíblicos viviam por vários séculos...

Dito isso, vejamos as coincidências no tocante ao referenciado nesse texto:

O mel permaneceu puro e próprio para o consumo em razão de seus componentes não se entredevorarem;

Os seres humanos tiveram sua idade reduzida justamente pelo fato deles utilizarem o egoísmo, orgulho, inveja, devassidão e muitos outros adjetivos degenerativos contra eles próprios, minando as suas existências numa vicissitude diária e inclemente em desfavor dos jovens, que serão os homens do amanhã, todavia, vivendo pouco e sofrendo muito pela falta de um patamar e estribo que os possa manter na orla da vida em trânsito para a felicidade, igualdade e honestidade, tudo isso, sem um falso puritanismo, mas, com cada coisa aparecendo para eles no seu devido e correto tempo e não lhes sendo jogado como se fosse um maná dos céus.

(aa.) Sebastião Antônio BARACHO

conanbaracho@uol.com.br

Sebastião Antônio Baracho Baracho
Enviado por Sebastião Antônio Baracho Baracho em 04/08/2007
Código do texto: T592553