O melhor dos roteiristas.

O melhor dos roteiristas é a vida. Sem sombra de dúvidas, ninguém, e eu repito, ninguém poderá ser tão mirabolante ao escrever formosas linhas, ora tristes, ora felizes, ora tão surpreendentes. Que me desculpe o senhor George R.R. Martin, e seus dragões, ou o senhor J.R.R. Tolkien e seus anéis, mas nenhum dos dois, por mais incríveis mentes imaginativas e pensantes, podem ser melhores que ela.

E o mais incrível, não há ficção. A cada nova linha escrita, é tudo real. Acontece, bem aqui, e o grande telespectador assíduo, o leitor mais animado, o maior de todos os observadores, de cada nova obra, de cada novo volume, somos nós mesmos. É brilhante, e ao mesmo tempo, triste.

No fim, seremos nós, com nós mesmos.

É triste, mas ao mesmo tempo, abre-se um espaço cada vez maior para que nós possamos entender de vez: Se nós seremos obrigados a conviver conosco até o fim, ora, então, que façamos nós algo que nos orgulhe, que nos deixe feliz, que nos faça apreciar nosso próprio roteiro.

Há uma frase, de uma poesia minha, que escrevi sob o Heterônimo de J. Last, que diz: “No fim, meu livro, será um pedaço de mim…”. Tão simples, mas tão complicado ao mesmo tempo. Afinal de contas, não se pode prever o que acontecerá. Se eu fizer um plano hoje, quem sabe o que pode acontecer amanhã? Então, atenha-se, sempre, a ter sonhos, a buscar coisas, mas nunca esqueça, logo mais, seu roteiro pode ter uma reviravolta tremenda, e do nada, coisas boas e ruins podem te levar pra outros lugares, com outras pessoas, e te forçar a seguir novos rumos.

Apenas insista então a ser o melhor livro possível, e dê a vida, a chance de mudar tudo quando bem entender, pois, no fim, você terá orgulho de tudo o que foi escrito. Então deixe-se escrever, e se derrame em papéis e tinta.