Festa Junina

Ah! No meio desta selva de asfalto e concreto, como seria bom viajar no tempo e no espaço para sentir-me numa autêntica cidadezinha do interior deste país, numa verdadeira festa junina.

Uma noite fria de lua cheia, com o céu límpido e repleto de estrelas brilhando. O mesmo brilho que se reflete nos olhos azuis da jovem morena, usando saias rendadas e rodadas, exibindo cabelos de trança enfeitados com laços vermelhos, rosto avermelhado com pequenas pintas negras, segurando em uma das mãos um doce de amor perfeito.

Ao redor do arraial as casinhas de sapê e as barracas de quitutes.

Os rapazes com camisa xadrêz e calças remendadas, todos crurtindo o som típico tocado por um grupo de violas, sanfônas e zabumbas.

As delícias da pamonha, do pinhão, do milho, da canjica, da pipoca e do amendoim torrado, além dos doces de maria-mole, pé-de-moleque, arroz doce, rapadura e passoca.

Aquela quadrilha dançando e fazendo suas coreografias, bem em frente à Igreja Matriz. Fogos de artifício estalando e clareando ainda mais o cenário. De vez em quando nossos olhares, ao acompanharem algum rojão, nos mostram a luz de algum balão (daqueles inofensivos sustentados apenas por uma pequena mexa de cera, que só deixa o balão cair, quando ela já está apagando ou apagada) em meio às estrelas brilhantes e ao baixarmos a cabeça o mesmo brilho reluz no olhar de muitas mocinhas de tranças, enquanto crianças brincam ao redor da fogueira.

Tudo parece festejar um momento fascinante encravado para sempre em nossos corações e almas !

Fernando Couto

Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 06/08/2007
Reeditado em 11/12/2017
Código do texto: T595534
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