Aproxime-se

Eu sempre valorizei muito essa coisa da conversa. Essa informalidade necessária em qualquer relação e convivência. E tenho notado, para minha felicidade, que ainda há muitas pessoas por aí que valorizam isso também. Algumas até por terem sentido essa falta na própria alma em um mundo onde o touch na tela tem mais espaço/tempo que toque na pele.

Toda aquela bagunça dentro da gente que sempre quer dizer alguma coisa, mas nem sempre encontra a organização semântica necessária, se mostra com a alma despida e escancarada, pronta para ser tocada. Sem que precisamos citá-las.

E porque a alma está escancarada, fala-se sobre tudo, desde os assuntos mais triviais aos mais existencialistas. Conversa-se sobre o número do sapato, como prefere o café, sobre música, cinema e política e filosofia, sobre o pé na bunda mais engraçado que já levamos, ou sobre o mais dolorido sem medo de parecer ridículo, discute-se crenças, a felicidade, o amor, relações, sobre o que queremos da vida e o que já estamos de saco cheio. Analisando com mais profundidade, uma boa conversa serve até como elemento erótico.

Eu já falei diversas vezes aqui sobre essa coisa de despir a alma e morro de medo de cair nas garras da repetição, mas antes que a minha conversa se torne desinteressante eu quero ressaltar um detalhe e quero que fique com ele:

Olhe nos olhos ao conversar. Li por aí que é essencialmente elegante.

O meu abraço!

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 06/04/2017
Reeditado em 06/04/2017
Código do texto: T5963009
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