22 de Abril

O dia estava uma maravilha, o cheirinho do café da manhã fazia os passarinhos cantarem por comida. A família se reunia na cozinha e só faltava a Margarida, que se aprontava para descer. É então que, após muito tempo, ela se achega.

- num dia como esse, quinhentos e tantos anos atrás, Colombo chegava ao Brasil.

Por que disse Margarida isso? O chá da mãe foi até sorvido em goles amargos.

- Colombo, Margarida?

- sim, numa manhã como esta ele desembarcava em Recife.

- agora você foi longe demais, menina!

- como assim? Nada está bom para você? Eu me esforço para lembrar essas datas para lhe agradar e você vem gritando.

- minha filha, você falou “Colombo”

-tá ok, perdão se não cito o nome completo do indivíduo. Pedro Álvares Colombo. Tá bom?

- não, não, não! Que Colombo, Margarida? Acorda! E não foi em recife, foi na Bahia.

- então quer dizer que Colombo não voltou para Recife atrás da Carminha?

A mãe quase que arranca os cabelos. Dona Neves, professora catedrática de história não podia aquiescer a tantas disparidades.

- quem é Carminha, criatura?

- Carminha é aquela namorada do Colombo que escreveu uma carta que dizem ter sido a primeira carta escrita no Brasil.

- eu não sei se rio ou se choro. Acho que você está falando de Caminha. Ele era homem...

- não creio!

-aquela carta tão cheia de fofoca, eu pensei que fosse mulher. Que pena! Mas Colombo deve ter tido uma mulher boa. Ele casou quando chegou ao Brasil, né?

- dos amores de Colombo eu não sei, mas vamos falar de Cabral...

- não me diga que tinha um triangulo amoroso? Eu sabia que essas histórias são iguaizinhas às novelas.

Wesley Ribeiro Dias
Enviado por Wesley Ribeiro Dias em 24/04/2017
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