O AMOR É ICONOCLASTA
O amor é iconoclasta
É igual a si mesmo. Tão parecido com quem o inventou.
O primeiro motor;
Talvez por tal razão, se diz que Deus é amor.
O amor é iconoclasta.
Não tem cor. Aliás, tem a cor do arco íris. O qual faz sentido entender, se unicamente observar-mo-lo Com a combinação Perfeita das cores que fazem a sua existência.
Do contrário, arco íris não é. É outra coisa qualquer.
Podemos até elevar a nossa razão ao auge da sua sinagoga e questionar :
qual é a cor do arco íris?
Não há lógica plausível que responda a tão simples questionamento.
Fragmenta-lo, o amor, é como defino-lo com as cores das nossas próprias expectativas.
Falíveis expectativas !
Estas que fazem-nos construir desenhos de pessoas perfeitas.
Não!
Os perfeitos não sabem amar. Nós; os humanos, unicamente amamos porque somos imperfeitos. E Deus, se quer deu-se o trabalho de desenhar pessoas perfeitas. Dai que, amar seja aceitar a imperfeição de outrem. Parece-nos impossível chegar a este nível de espiritualidade, porque a educação moral que nos faz a existência maximizou o egoísmo afectivo. Queremos receber, e não sabemos dar.
O amor é iconoclasta!
Perfaz a universalidade da vida. A harmonia dos ser; a totalidade da alma.
É apartidário, não tem moral, situa-se longe das estupidas fronteiras que nós inventamos. Define-se ele mesmo com a combinação das cores que lhe são inerentes. Diferentes cores. cores diferentes.
Ah! O amor é iconoclasta
Tem cheiro próprio, é até diferente do cheiro das flores, dos romances que nos habituamos pintar, ou das conveniências que fazemos construir.
Define-se pelos olfatos que escapam os olhares físicos, unicamente perceptível por via dos olhares da alma.
O amor é simples. Está no olhar, no trato, no abraço, está no beijo que fazemos de olhos fechados.
O amor não é filosofia, que manipulamos com o engenho dos raciocínios. Aliás, perfaz as razões que a razão desconhece. É intuitivo e segue as vozes dos silêncios que os ouvidos do povo são incapazes de ouvir.
O amor é o palco vazio. É a chancela da arte que dá luz a vida.
O amor.
É iconoclasta.
Duarte Ombeu.