Vidas Secas

Talvez o melhor romance de Graciliano Ramos seja o mais magro, "Vidas Secas". Acho-o perfeito. Nenhum escritor, de ficção ou não ficção, conseguiu retratar com tanta precisão o drama dos retirantes nordestinos. Concordo que pé um livro duro, meio triste, até doloroso, não faz nnhuma concessão à memagogia, à piequice, à irrrealidade. Ele narra simplesmente a injustiça, as dificuldades, a miséria, a exploração que sofrem os sem-terra, aqueles que fogem da sua própria terra por causa da seca e da flta de oportunidade. A saga de Fabiano, Sinha Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia (um dos personagens mais perfeitos da literatura brasileira) comove, entristece e revolta.

É um livro curto, de poucas páginas, mas vale por qualquer tese, ensaio ou escrito de especialistas ou pesquisadores. É um livro duro, repito, triste, repito, mas um livro que leva à reflexãoe ensina, ensina que precisamos ser solidários com os sem-terra (ainda hoje não fizemos uma verdadeira reforma agraria, prefrimos prestigiar o agronegócio). Vidas Secas, portanto, se fsse mais divulgado poderia conscientizar as pessoas, notadamente os mais jovens. É atualíssimo.

Não entendo porque esse livrio não é mais divulgado, parece que ahá um boicote contra Graciliano, mas o bocoite é mais contra a obra dele que sem fazer demaggia ou proselitismo faz pensar. E há setores no país que anão querem que se pense.

Para mim o melhor do livro é o trechodo capítulo Baleia, a morter dela, vou transcrever:

"Baleia queria dormir. Acordaria feliz, nu mundo cheio de preás. E lambiria as mãos de Fabiano, um Fabaiano enorme. As crianças se espojariam com ela, num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes".

Nada como reler os livros do Velho Graça. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/05/2017
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