Libertação

Eles eram amigos. Ela duvidava um pouco dos sentimentos dele. Algumas palavras juntas, organizadas em uma frase, suscitavam pensamentos distintos de "amizade" nela.

Um dia, no laboratório da faculdade, numa espécie de inquietude e liberação dos sentimentos mais profundos, os dois entenderam o que sentiam.

- Você é um estúpido! O trabalho está todo errado.

-Olha lá como você fala comigo. Para de gritar! - ele pega no braço dela e se aproxima.

- Me solta! - grita.

Ele se aproxima mais e pede em voz baixa - Por favor, fica quieta.

Eles ficam um tempo se olhando. Eles estão muito próximos e ele ainda a segura. Não há ninguém no laboratório. Só escuta-se a respiração ofegante dela e o barulho do coração dele.

Ela pergunta em voz baixa:

-O que você sente por mim?

Ele não responde e continua a olha-la nos olhos.

-Me fala... o que você realmente sente por mim? Eu preciso de palavras para entender - murmura e abaixa a cabeça num gesto de distência.

Ele levanta o queixo dela carinhosamente com sua mão, e a beija de leve.

Ela fica atonita sem retribuir por alguns segundos, e em seguida ambos se beijam ardentemente.

Ele empurra um dos computadores com o braço e a senta na mesa enquanto trocam beijos desesperados. Ela murmura:

- Pensei que estava imaginando coisas...

-Eu pensei que você não queria. Eu estou apaixonado por você!

E continuam os beijos, agora mais carinhosos e menos desesperados. Ele passa a mão no cabelo dela. Desce para a nuca e desliza o polegar por sua bochecha. Ela agarra as costas dele com suas unhas não tão grandes, enquanto a outra mão pousa no peito dele.

O mundo parece sumir. A partir dali, eles viram um só ser, seus corações se entrelaçam... para sempre.

Beatriz Gois
Enviado por Beatriz Gois em 28/05/2017
Reeditado em 02/06/2017
Código do texto: T6011608
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