Jucicleide, quarenta anos, baiana bonita, com um belo corpo, arretada, daquele tipo que não leva desaforo pra casa, andava muito triste. Desde que o marido, Carlão, a havia trocado por duas periguetes de vinte anos, ela não sabia o que era sorrir.
Sua amiga, Juracy, pessoa que não tinha tempo para ser infeliz, a aconselhou a procurar um psicólogo.
A consulta foi marcada e o dia chegou. Com muito sacrifício e incentivo da amiga, lá foi ela para o consultório.
O psicólogo mandou-a deitar-se no sofá e ela começou a contar os seus problemas. Falou...falou...falou e, quando parou pra respirar, resolveu olhar pra cara do psicólogo. Ele dormia que nem um anjinho, com a cabeça tombada pra direita e a baba escorrendo pelo colarinho da camisa. Ela saiu de mansinho pra não acordá-lo e, chegando à sala de espera, pegou uma caneta e um bloquinho que estavam sobre a mesa e deixou-lhe um bilhete.

Caro doutor, acho que o senhor está precisando de tratamento mais do que eu. Como o fiz tirar uma soneca e relaxar, acho que sou eu que mereço receber pela consulta. Abaixo seguem os dados da minha conta pro senhor depositar os R$ 200,00 que me deve. Se quiser podemos marcar a sua próxima visita pra semana que vem. Estou livre das 16 às 18 horas. Um abraço.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 30/05/2017
Reeditado em 22/06/2017
Código do texto: T6013662
Classificação de conteúdo: seguro