Burro velho , capim novo.
O velho, desmonta aos pedaços a família que enquanto ainda jovem, ele mesmo ajudou a construir. A primeira instituição de Deus. O núcleo da sociedade. Por estes termos costumam definir-lhe o classicismo pedagógico e o cristianismo conservador.
A noite, a áurea sombria faz despertar os desejos que transformam viaturas em autênticos bordéis com rodas. Os vidros embaciados, marcam-se com os indícios da prostituição maciva dos valores da ética vigente, potenciando a larga escala o indicador explícito que denota os versos poéticos da poligamia.
A menina, com quem o velhote se mescla no leito da imprudência, parece ter aproximadamente a idade da sua filha mais nova. "
É! Às vezes sentamo-nos em uma mesa de bar, e ouvimos na primeira pessoa eles mesmos os velhos a dizerem: BOI VELHO, CAPIM NOVO.
São estes os "salmos" da velha guarda masculina:
"a gravata, justifica bem um velho que se preze". Aquele mesmo velho, que toda a gente elege como o exemplo simbólico da família Angolana. Moralmente correcto a luz do dia.
O sol, unicamente precisa ausentar-se por algumas horas para iluminar outra geografia.
Por cá, a noite despe os hábitos escondidos na burocracia da moral vestida a luz do dia. A sociedade, apresenta-se perfeita. Apenas nos painéis programáticos da televisão, e no sermão do pastor ao domingo de manhã.
Porque do outro lado da vida, nas entrelinhas, a moral prova que a sua relação inversa tem o seu lugar de destaque na matemática das vivências.
A mocinha terá já abandonado a viatura, o bordel, ou seja lá o que for. Endireita o roupeiro que lhe adorna a postura. Em troca, estarão na algibeira os subsídios que justificam-lhe os fins. E o velho, volta para a sua casa , para sua família. Faz-se ele mesmo o tiro certeiro que a suicida.
Está explicado o défice moral da sociedade actual. O facto de ser eu um jovem com muita estrada vivencial pela frente, não obsta que não tenha propriedade para actuar que: os mais novos de hoje aprendem a crescer sem referências dignas.
Por cá, o sexo inflaciona a luxuria dos demais.
E a família, continua o núcleo da sociedade. Pelo menos é o que se diz nos painéis da programação televisiva.
Duarte Ombeu.