A ONU no tapete vermelho

Quando estamos em uma sala de espectáculos a ver um malabarista exibir-se, Ficamos extasiados pela belíssima performance que o mesmo apresenta. Toda aquela pirueta é inequivocamente perfeita a luz da forma. Pois, a nossa capacidade visual é remetida a um reflexo condicionado que a torna incapaz de visualizar toda uma gama de informação técnica.

Quando visualizamos pela televisão os Aviões deixarem cair toneladas de comida e medicamentos nos campos de refugidos, linchados por conflitos armados, ou observamos os capacetes azuis envolvidos na mediação de conflitos armados em África, ou ainda a forma acertava como o secretário geral da organização fala da Pobreza no mundo. Observa-se na mente de maior parte da pessoas o efeito análogo relacionado à comparação acima sugerida.

Ora! Ao nível da forma; é inequivocamente perfeita a fotografia que a ONU faz passar aos olhos dos países a quem supostamente têm ajudado. Quase todas as pessoas do planeta, observam a ONU como a boia de salvação para o caos social dos países em estado de instabilidade política e social.

Pois bem. Passemos agora das anestesias a análises mais profundas.

As mesmas potências econômicas que fabricam as armas com as quais os africanos e os países do oriente médio se matam, são as mesmas que representam o maior bolo de quotizačao à organização das nações unidas.

As mesmas potências produtoras de medicamentos, com os quais os africanos se debatem para mitigar as doenças inerentes à instabilidade política e social, são as mesmas que representam o maior bolo de quotização à organização. Dito isto em outros modos, é a ONU, a lutar contra os próprios patrões se entendermos que tais ações humanitárias sejam de facto motivadas por nobres afectos. Isso é um absurdo.

A realidade dos factos é que os conflitos armados são o bode expiatório para salvaguardar os interesses econômicos das potências imperialistas nos países possuidores de matérias primas.

Lá está. Tal como já disse um famoso banqueiro imperialista. Quando escorre sangue nas ruas, há dinheiro que se acumula na algibeira de quem arquiteta as guerras.

Coisas do capitalismo; coisas do imperialismo. As guerras do mundo contemporâneo são um negócio rentável. Rentável para os que fabricam as armas e pra os que fabricam os medicamentos.

Há entretanto um efeito bumerangue idêntico a experiência que vivemos quando estamos sentados na sala de espetáculos a ver um malabarista actuar.

Toda a manobra gira em torno do mesmo eixo ideológico. O mudo rende-se impávido ao show humanitário que na realidade dos factos nunca há de terminar porque onde há povos que sofrem há ajuda que se dê, e há muito dinheiro que se faça.

Diante dos factos e do que se pode analisar do mundo pôs contemporâneo, perguntas secas surgem:

É realmente impossível terminar com as guerras no mundo? Ou está é falta de vontade dos homens explicitamente a exibir-se?

Será o visível trabalho da ONU absolutamente necessário, quando também é parte do jogo dos interesses dos mais fortes?

Dentre as mais variadas formas de pensar o mapa geopolítico internacional, sabe-se que da incompetência à falta de interesse,

é sempre bom visitar uma sala de espetáculos e divertir os olhos. Entretanto, há que cultivar o hábito de ver os fenômenos com alguma profundidade. É absolutamente necessário deixarmos de acreditar nos mágicos que nos fazem pensar que o são de facto.

Desculpem que duvide do visível trabalho que a ONU vem fazendo em prol da humanidade ao longo dos temos.

Mas desde que os homens meteram o mundo a arder, a ONU representa um corpo de bombeiros que não consegue apagar o dito fogo posto. Talvez até o consiga. Unicamente não é conveniente que se apaguem os fogos postos, porque o mapa geopolítico mundial, os fortes alimentam-se dos mais fracos.

Se o mundo precisa de mágicos, que existam, os que o sejam de facto.

Duarte Ombeu.

Duarte Ombeu
Enviado por Duarte Ombeu em 06/07/2017
Código do texto: T6047440
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