UMA MISSA DIFERENTE

Fu i assistir a uma missa de sétimo dia numa bonita igreja, em Ipanema. Até aí tudo certo. O que não combinava com a igreja era um galinheiro situado exatamente no quintal ao lado.

O padre chegou, o órgão começou a tocar e os galos, talvez incentivados pela música, começaram a cantar, cada vez mais alto. Não contentes em se fazerem ouvir uma vez, cantaram todo o repertório e só se calaram quando a missa acabou.

Uma criança, parente da pessoa para a qual estava sendo celebrada a missa, começou a interferir com suas perguntas.

Mamãe, onde está o galo?

Por que ele está cantando?

Ele não vem na missa?

Ele é casado com uma galinha?

Ele tem filhinhos?

A mãe, sem saber como calar a criança, foi obrigada a se retirar.

Não importa, onde quer que ela fosse, o sentimento de tristeza a acompanharia.

Todos sabemos que estamos nesse planeta apenas de passagem. Alguns para aprender; outros para ensinar. Todos temos uma missão, mas parece que nos esquecemos que a vida é passageira e, quando vemos um ente querido partir, não podemos conter as lágrimas. Eu choro só de ver alguém chorar. Mas acho que, nessa hora, a única coisa que podemos fazer é nos irmanar na dor.

edina bravo
Enviado por edina bravo em 13/08/2017
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