Anjo da Guarda

Existem pessoas que acreditam em um poder espiritual que nos protege a cada instante. Aqueles que não professam crença alguma preferem confiar na racionalidade para evitar situações de risco. No entanto, a adversidade pode chegar a qualquer momento. Como e quem pode evitá-la?

Apesar da violência e da falta de policiamento no Rio de Janeiro, quem não está cumprindo prisão domiciliar tem que sair para a rua. Você pode mudar de bairro, até da cidade, quiçá do país, ou simplesmente os próprios hábitos para tentar evitar desventuras, mas nem sempre isso é possível e aí estratégias pessoais baseadas na razão ou na fé são colocadas em prática.

Alguns preferem realizar um ritual espiritual que ajuda na sensação de segurança, maior até do que o Exército nas ruas proporciona. Outros acham melhor receber informações para tentar prever os acontecimentos e quem sabe evitá-los, mas algumas situações como um assalto na porta de casa ou em um trânsito parado provocado por uma barreira de assaltantes já fica mais difícil de prevenir.

No último domingo, o Dia dos Pais, o almoço era na casa dos avós e toda a família dentro do carro presenciou algo errado ao passar por três carros e uma viatura estacionados. Horas depois saberíamos devido a um vídeo que circulou nas redes sociais que o local tinha sido alvo de um arrastão. Poucos minutos antes de chegarmos lá, vários criminosos – um deles armado com um fuzil – correram para assaltar motoristas que passavam ao lado de um batalhão do Corpo de Bombeiros militares.

Um dia antes, na parte da manhã, a família também saiu junta para ir ao banco. Na volta para a casa, o porteiro informou que acabara de ter um arrastão em frente ao prédio. Assaltantes tentaram roubar uma moto, mas não conseguiram. Então decidiram levar carteiras e celulares de quem passava pela rua. A ação ocorreu entre a ida e o retorno do banco, trajeto feito em 20 minutos.

Ateus diriam que foi uma coincidência (duas, na verdade). Os crentes, que foi a atuação do anjo da guarda. Para aqueles que não têm fé, as estatísticas mostram que só a razão não é suficiente para evitar desgraças. E para os que creem em algo informar-se pela televisão, rádio, internet ou aplicativo de mensagens também pode ser um sinal da providência divina.

Afinal de contas, como diz minha avó, um conhecido provérbio português, “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”. Fazendo isso, talvez, daremos uma folga ao anjo da guarda. O meu está precisando, teve jornada dupla nesse final de semana.