Personagens da infância.

Ele era uma pessoa simples de falar pausado, de um andar mineiro desconfiado lento e arrastado. Dizia em sua calma frases que poderiam surpreender todos que tinham tido a oportunidade de sair da roça para poder concluir os estudos, indagando como aquele homem sem estudos sabia tanto?

Amava a vida pacata que levava proporcionando a todos enorme conforto com suas palavras sábias e maravilhosamente reconfortantes que sem notar trazia a candura da inocência dos que viviam distantes da cidade.

Cidade que por sinal raramente recebia sua visita pois o que gostava mesmo era da calma vida na fazenda.

Algumas vezes que se dispunha a "pegar" a estrada de chão para ir em direção a rua, como era chamada a região urbana, era para entregar os latões de leite da ordenha do dia, ou para "fazer o pé do cabelo" em alguma ocasião comemorativa especial.

Este era o inesquecível tio Walter conhecido e lembrado até nos dias de hoje em toda região como "seu Fizinho" que apesar de não ser letrado possuía o diploma da vida de uma felicidade contagiante que dizia sempre quando boquiabertos com o seu conhecimento ficávamos, com a voz calma de homem do campo: " gente, o saber não ocupa lugar..."