MYKE NO PAÍS DAS ILUSÕES

A imagem daquela flor negra era ruim, era tudo que eu não tinha, era uma imagem feia e inscensivel sobre uma flor negra que não foi plantada, nem sequer existe, mas está lá, no mundo infinito.

Myke me contou seu sonho, nele haviam dois homens fortes que brigavam entre si, um saca uma arma e atira para cima e depois voltam a brigar. Myke é um garoto gordo, louro, feio, com oculos, com uma leve deficiencia (ele é daltonico).

Myke era gordo, Myke era feio, Myke nunca fizera nada de mais com garota nenhuma, Myke gostava de quadrinhos, essa era a vida de Myke, um garoto de quantos anos mesmo? Que vivia sentado no sofá comendo Cheetos, assitindo TV, lendo quadrinhos do Super-Homem, indo ao MCDonalds, tomando Coca-Cola, comento Cheetos, tomando Coca Cola, comendo Cheetos.

- Se você pudesse sair da sua mente, para onde voce iria?

Myke nem me ouve, seu apartamento é um lixo, muitas embalagens de comida esparramadas pelo chão, havia latas de Coca-Cola para todos os lados, Havia... Myke não ligava para o que penso, o importante era o que passava na TV

- O que faria se você fosse morrer amanha?

A familia de Myke era normal, obrigou-o a estudar (Myke é engenheiro) obrigou Myke a ser feliz, só que ele falhou nisto tambem... Myke não tinha nascido, ele era só um fruto dos anucios e das gororobas que são vendidas livrementes, das drogas diarias, das fitas pornograficas, Myke era um mesclado de tudo isso e mais um pouco, era como derubar soda no teclado.

- Myke tá na hora de arranjar emprego! - disse sua mãe.

- Myke, você deveria se casar - diz seu pai.

- Myke, você está muito gordo - dizia seu irmão.

- Myke, você é um Inutil - dizia seu patrão.

Myke não gostava de nada, Myke não era nada, Myke não tinha força de atrito nem força de propução, Myke era a inercia.

Já faz dez dias que o Myke não sai de seu apartamento, no mundo High-Tech ninguem precisa. Myke inventou de comprar uns peixes e um aquário, todos estão mortos hoje mas Myke nem liga.

"Compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre, compre" Essa é a poesia da atualidade, a poesia da burguesia, a poesia da azia, a poesia capital. Myke não liga para isso, Myke não gosta de poesia, Myke só assite TV.

- Myke esta se sustentando de que se não trabalha? - pergunta sua mãe. Myke não responde, comessa a comer seu hamburguer.

O telefone de Myke toca, ele não ouve, ele está contemplando a rosa negra que apareceu na tela de seu computador. A rosa negra era Myke, seu computador era Myke, a unica coisa que não era Myke era o proprio Myke.

"As visões do futuro

Batem de frente num muro

O passado agora não existe

O presente de teimoso persiste

Nada mais é importante

Quando viramos objetos

Em nossa propria estante"

Myke odiava poesia, ele acreditava que tudo que não pudesse ser um programa de tv não era importante, tudo que não era importante estava fora da tv, da internet, dos pacotinhos de salgadinho comprados com dinheiro de sua mãe.

Myke comprou um carro, ele se sentia só, precisava de uma namorada, precisava gastar seu dinheiro, precisava sair em alta velocidade para se sentir vivo porque não mais era um ser humano racional e se tornara apenas mais uma marca no mercado

Myke hoje descubriu que está morto, ele bateu o carro na garagem, sofreu de depressão por isso e atirou na propria cabeça com uma espingarda. Myke não morreu no momento que seus miolos caiam ao chão e se confundiam com os restos de Cheetos e de Coca-Cola. Myke morrera no instante que nascera, Myke morrera no instante que parou de pensar, ele deixou de existir. O consumo de Myke o levou a destruição as coisas que ele possuia acabaram o-possuindo, ele era a garotinha do filme exorcista, que vomitava em padres, no caso de Myke, vomitava Cheetos, ele vomitava nos padres que eram seus neuronios, ele vomitava nele mesmo, ele vomitava na vida que poderia ter, nas mulheres que deixou de conhecer, no ar que parou de respirar, na vida, na morte, no suco gastrico. Myke agora é sou um cadaver que perdera seu unico dom, o da vida, que creio que o proprio Myke já tinha perdido.

Myke agora goza de sua ultima marca famosa: A marca do seu Caixão