Passei por uma experiência terrível hoje. Não imaginei que poderia ter tal reação, mas o alarme de alerta total DEFCOM 5 foi acionado bem antes do que eu imaginaria.

           Fui ao shopping procurar por um aparelho celular que me deixou babando até agora. Feliz ou infelizmente não havia nenhum disponível para venda, nem em mostruário. 

         Já que não havia mais nada a fazer, decidi tomar um café antes da volta ao lar.....(acho tão esquisito dizer: voltar ao lar.).  Sentei-me à mesa e de frente havia quatro adolescentes: três meninos e uma menina. Todos portando seus celulares, Ipod´s e roupas tão caras quanto os acessórios eletrônicos. 

        A garota vestia calça jeans, cheio de enfeites, brilhos e etc. Ela era linda, não mais que treze anos. Ela estava atracada com um deles, beijando-lhe o pescoço de uma forma tal que ela praticamente não tocava o pescoço do menino. Propositadamente ela deixou a marca de batom nele. Marca o primeiro. 

         Fui até o balcão para pegar alguns guardanapos, quando da minha volta, vejo a menina fazendo os mesmos agrados em um segundo garoto, feinho, desengonçado. Marca o segundo. 
Não tardou dois minutos e ela ataca sua terceira e última presa. O garoto do boné. Isso mesmo, ele era  o único com o acessório de 150 reais. Em dois minutos ela se atracou com todos (digo atracou pois não tenho a menor idéia de como se diz isso entre eles hoje em dia). Ela gastou os próximos 10 minutos beijando cada um deles, num ciclo interminável. Se ela fosse um pouquinho mais velha, acabaria pedindo para entrar na roda e experimentar essa diversão tão atual.

       O mais esquisito não foi isso, mas sim o comportamento dos meninos. Eles não estavam nem aí para ela. Pareciam zumbis com espinhas e bermudas. Beijo daqui, beijo dalí e nada, eles nem se mexiam.....com esse jingado lento  serão péssimos amantes!!!! Ela pulava de um para outro com a maior desenvoltura. 

       Lembrei-me de minha adolescência e fiquei imaginando se o meu amor colegial me fizzesse o mesmo, eu  não dormiria por uma semana de tanta adrenalina!!! Imaginei-me  sendo  "marcado" daquela forma.......uma semana sem tomar banho para a "marca" não sair com a água.

      Para o adolescente de hoje o que importa é a estatística de quantos beijos, amassos e apalpadas foram obtidas em uma unidade de tempo qualquer. Com certeza se eu fosse adolescente hoje minha atitude seria a mesma. QUE DEZZZZZZZZZZZZZ!!!  Porém na minha adolescência o que importava era o quanto de adrenalina  correria no sangue e a dorzinha de barriga do medo que dava olhar para ela. Dançar com a amada...;????......era chegar ao topo do Himalaia sem oxigênio e camista regata. Que adolescência mais besta, sem diversão, sem Ipod,  sem computador, MSN,  ou beijos mil......

      O que mais me assustou nessa história é que minhas fillhas estão às portas desse mundo adolescente, tão pitoresco e único, (Nem pensar em ser adolescente duas vezes!!! ). Imaginei minha Alícia e Chloé se agarrando daquele jeito.!!!! Foi uma sensação horrorosa, de total perda do chão......mas inevitável. 

      A adolescência é o ponto onde podemos reconhecer o que criamos: um médico, ou um monstro. Cabe a nós direcionar toda essa energia juvenil em uma trilha cheia de pedras e obstáculos, para que elas aprendam a trillhar a própria com sabedoria e alegria. ( Estou parecendo pastor de igreja evangélica....sai!!!)

       Agradeçamos a nossos pais pelo esforço deles nessa  empreitada. Obrigado pai, obrigado mãe