“O Menino Vermelho”
O Menino Vermelho estava perdido entre as lembranças do passado e as perguntas incompreendidas do presente. Não sabia quem era, de onde veio e o que ansiava para si. Olhava no espelho e avistava apenas um véu que o cobria a face, era um véu imposto pelo tempo – um tempo percorrido sem notar; pois estava perdido de si.
Seu nome ecoava pelo vento, Ele o sentia em todas as direções, e cada vez mais intenso. As lembranças de sua vida eram antigas, porém frescas como a brisa da manhã – que o acompanhavam.
O Menino Vermelho queria respostas, queria entender-se, queria calar a voz que gritava seu nome pelo vento, que não o deixava prosseguir. Aquela vida vivida até ali não era a sua, Ele sentia-se alienado àquele mundo, e carregava a certeza que havia mais.
O Menino Vermelho pode reconhecer-se quando retornou à sua Terra, ao seu lar, onde sua origem estava enraizada em suas lembranças e em sua alma. Conseguiu entender que aquela voz era a sua – gritando para si, dizendo quem realmente era, e aonde pertencia.