"Azotea", herança moura- do árabe "suteih" (terraço),  comum na Andaluzia, por mais simples que fossem as casas, todas tinham.
            Da casa da minha avó Trinidad, havia uma "azotea" onde o meu avô Pepe criava coelhos, que às vezes iam para a panela, algumas plantas e roupas no varal, que breve secavam à brisa constante do mar, que estava a um quarteirão. A minha avó tinha um problema grave de saúde , nos ossos, era muito magrinha, e nunca subia , eu nunca a conheci bem, desde que me lembro por gente, às vezes eu me deitava ao seu lado para lhe fazer companhia, e a fazia rir com as minhas histórias, mas ela faleceu quando eu completava oito anos.
             Do seu terraço via-se o cinema de verão, com o seu paredão branco passando um filme de drácula, não ouvíamos as vozes, apenas distínguíamos as imagens ao longe, pois a pequena cidade costeira de San Fernando, é chã , de casas "azoteadas", onde tudo se avista.
             Estive lá há pouco tempo e a casa estava lá, tinha o número 1 na porta, e olhei para cima , a "azotea", mas outras pessoas moravam lá e não tinha o direito de bater. No fim da pequena rua, o mar manso em repouso, onde na minha infância encostavam as pequenas embarcações pesqueiras, mas já não estavam mais por lá, apenas o mar era o mesmo.

            PS: A foto é ilustrativa, embora as casas e as ruas fossem bem parecidas com as  do meu tempo.
            
          
    

 
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 11/10/2017
Reeditado em 11/10/2017
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