Diário Museu

Estou a caminho:

Rua da delegacia

do cemitério

do asilo

* Flor cheira bem na subida

* Cigarra canta alturas

* Árvores sem nome

* Pedras sem história

* Sementes aladas pousadas

* Um toco sem sinal de vida nova

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Já no museu, abro o livro de latim, um manuscrito que se revela:

* A palavra azuizes

* A expressão "toalhas práticas"

* Uma lista de coisas que já está com ele, Pe. Luiz

* Confundo louça com louca e ao lado de 2 azuizes tem 2 verde

* A expressão verde cor de folha me lembra que nem tudo é papel

(vento nos galhos)

* "Pala de Pe. Pedro" imagino o mico, a ignorância me faz rir: Onda de Pe. Pedro.

* Porque o vaso de agosto é um balde?

* Coluna de nossa senhora, pensei anatomia

* Lampida é mais bonito que lampada, mesmo que ela tenha estalado

* Pensei porque no presépio havia perigo e uva, mas é trigo e uva, coisas da ortografia

* "Não encontramos sofrê feliz e assim quis entender

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No meio dos livros papeis são esquecidos, quando encontramos, é como se víssemos a luz, mas se não há manuscrito, é como se faltassem as vozes das sombras

Poeta Pires Pena
Enviado por Poeta Pires Pena em 11/10/2017
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