Diário Museu
Estou a caminho:
Rua da delegacia
do cemitério
do asilo
* Flor cheira bem na subida
* Cigarra canta alturas
* Árvores sem nome
* Pedras sem história
* Sementes aladas pousadas
* Um toco sem sinal de vida nova
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Já no museu, abro o livro de latim, um manuscrito que se revela:
* A palavra azuizes
* A expressão "toalhas práticas"
* Uma lista de coisas que já está com ele, Pe. Luiz
* Confundo louça com louca e ao lado de 2 azuizes tem 2 verde
* A expressão verde cor de folha me lembra que nem tudo é papel
(vento nos galhos)
* "Pala de Pe. Pedro" imagino o mico, a ignorância me faz rir: Onda de Pe. Pedro.
* Porque o vaso de agosto é um balde?
* Coluna de nossa senhora, pensei anatomia
* Lampida é mais bonito que lampada, mesmo que ela tenha estalado
* Pensei porque no presépio havia perigo e uva, mas é trigo e uva, coisas da ortografia
* "Não encontramos sofrê feliz e assim quis entender
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No meio dos livros papeis são esquecidos, quando encontramos, é como se víssemos a luz, mas se não há manuscrito, é como se faltassem as vozes das sombras