MORTOGRAFIA

Jamais entendi alemães, anões e mãos. Muito menos axé; táxi; praxe; guache. Sempre fui cismado com ducha e puxa... puxa vida! Como se não bastasse, ainda tem a linguiça, que enguiça no trema imaginário.

Meu exame se perde no vexame. Ao mesmo tempo, a pança cansa a cabeça tão confusa. Perco o osso no poço, envolvo o troço no posso e caço o passo nessa confusão. Transa cansa o porquê, que não convence, tanto quanto a bossa coça o queixo, intrigada.

Azar da asa, que não tem z. O mesmo z com que ainda seria a asa, ou aza que o azar não teria... neste caso, azar do azar, cujo s não o livraria da sina. Da mesma forma, inchada ou não, a enxada será sempre a enxada e não adianta nem discutir o x dessa questão.

Quanto ao prazo do caso, nem se discute. O lixo é fixo e pronto; nada o define. Pode-se afirmar o mesmo da onça, que é sonsa e nem liga para o detalhe que não poderia mesmo explicar.

Já não presto atenção na tensão. Na intenção e na pensão. Vou na raça, isso passa, essa peça também não encaixa, mas tudo bem. A ortografia não é mais virgem. Perdeu bastante o hífen.Violaram muito do seu acento. Ela não assenta nem acentua como antes...

Chega o tempo em que a escrita emperra. Não tem regra; só adivinhação. Talvez intuição. Escreve melhor quem adivinha ou intui o maior número possível de palavras.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 16/10/2017
Código do texto: T6144282
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.