Mensagens que edificam - 326

Deus é improvável, mas não impossível.

Ele está acima dos livros, do conhecimento humano, de toda e qualquer sabedoria secular.

Antes mesmo que se discutisse o que é religião Ele já era, antes que alguém ousasse fazer o primeiro rascunho sobre o que ele seja, simplesmente porque ele é e indepente da concepção dos homens.

Deus está acima do espaço, tempo e idade, está além e antes de tudo, e nisto resumimos a eternidade. A nossa mente perscruta, mas nesta luta não o compreende, porque Ele não é para ser compreendido. Sua grandeza excede toda possibilidade de real tradução, sabendo que o infinito nunca caberá no limitado raciocínio do que se exprime apenas como lógico. Deus não tem satisfações a dar para a lógica, e assim sendo seria ilógico exigir uma resposta plausível para aquilo que exacerba a nossa intrigante busca por algo que não converge com os limítrofes do nosso entendimento.

No limiar da loucura este Deus se manifesta como o Criador e nunca como a criatura. Tentaram vestí-lo, tentaram pintá-lo, tentaram esculpí-lo, tentaram dar-lhe sentimentos humanos, tentaram antropomorfizá-lo, na verdade ousaram criá-lo. Se o fôlego de vida vem dEle, como suspirar o ar da arrogância diante de uma obra mal feita e bizarra que nos apresentaram como o tal?

Não, mil vezes não, Deus não se sujeitaria à pequenez das intenções dos homens, Ele jamais se encaixaria nos medíocres e tacanhos projetos de dominação das religiões. Ele está acima de tudo e de todos. Seu modo de agir não deve obrigações e explicações a quem quer que seja, não por arrogância, mas porque a nossa limitação não permite que estes mistérios sejam sondáveis. Diante de todas as conjecturas Ele extrapola, diante de todas as hipóteses Ele as ridiculariza, diante de todos os estudos, toda ciência e toda tecnologia Ele os expurga e traz a evidência que sua compreensão é improvável, mas sua aceitação perfeitamente admissível, pois Ele apesar de ser o que eu não compreendo é exatamente o que eu preciso para continuar vivendo, na certeza de que não sou privado de investigá-lo, mas aceitá-lo, pois bem mais acima de tudo que eu possa entender, descubro que à Ele me cabe a nobreza de crer.