Você está no YouTube?

A net invadiu o cotidiano, até mesmo dos menos favoreci-dos economicamente. Espantoso perceber que o mundo gira em torno da In-ternet. Matrículas públicas são realizadas via site; relacionamentos amorosos tornam-se cada vez mais virtuais; representantes comerciais negociam por chat ou pelo WhatsApp; profissionais autônomos divulgam seus serviços por classificados on-line; pessoas agenciam suas contas-correntes por bancos virtuais; consumidores deixam de sair de casa para fazerem compras no ins-tante de um click.

A rede deixou de ser, há muito, apenas uma fonte de diversão ou de in-formação. Impensável não conciliar entretenimento, pesquisa, informação, tra-balho, fofoca e até filantropia via conexão. Tudo está na net. Tudo vai parar na rede.

Assim, cotidianamente, ouvimos as pessoas perguntarem umas as ou-tras: "Tem Face? E Skype? Me adiciona?" Se as respostas são negativas, pâ-nico geral. "Por que não? É brincadeira?!" Apesar de não se falar, fica a dúvi-da se a não conectada é um ET, recém-chegado a Terra, diga-se de passagem, porque, se já aclimatado ao planeta, com certeza teria seu @xxx no Instagran, ou uma foto de sua aeronave no profile do Facebook. Isso pra não falar do e-mail que se tornou tão essencial quanto os números do celular e do telefone fixo. Quem não faz parte do mundo da net sente-se deslocado, hoje em dia.

Outra moda do mundo virtual é o YouTube. Supervalorizou-se a neces-sidade de ver vídeos. E de qualquer assunto ou tipo. Vê-los é vital. Expor é crucial. Tudo se encontra lá; desde as imagens exclusivas do acidente aéreo, à striptease da vizinha, ao show de rock, à palestra do padre. Tem tudo. Ima-gens engraçadas, indecentes, históricas. Do cultural, educativo, ao divertido, pronográfico, hilário e entediante. Certo dia, pela TV, uma pessoa ameaçou a outra: "Se fizer isso, gravo e ponho no YouTube." Meu Deus, ameaças youtu-bescas?!

A verdade é que nosso mundo do século XXI enriqueceu-se sobrema-neira com a tecnologia; a tal ponto que crianças, jovens, adultos e a Terceira Idade prostram-se diante do PC ou do laptop, a qualquer momento do dia ou da noite, para estudarem, brincarem, refletirem, terem companhia, negociarem, descobrirem-se e “vivenciarem”. É uma experiência nova para alguns, mas com cara de velha amiga, daquelas que convidamos para dentro de casa e não a deixamos mais sair.

Divirtam-se, navegando. Fazendo lembrar Pessoa, navegar nem sem-pre é preciso. Afinal, quantos caminhos nunca dantes navegados ainda tere-mos?

Vanise Macedo
Enviado por Vanise Macedo em 07/12/2017
Código do texto: T6192816
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