O encontro

Era uma quinta-feira, dia de treino, ela fazia artes marciais; mas nunca fora do tipo destemida, apenas resolveu descobrir até aonde ia a sua coragem.

O dia começou cedo e ela acordou já sabendo que o encontraria.

Ele foi ao treino umas três vezes, trocaram alguns olhares e até sorrisos, ou terá sido apenas impressão? Não sei; nunca se tem certezas dessas coisas!

No treino passado, conversaram, apresentaram-se, ele é simpático. Bonito? Achou, mas isso não é o mais importante, porque ela o achou bonito de um jeito novo, nem saberia explicar. Bonito foi o que ela sentiu que ele fosse.

Ele não ia com frequência aos treinos, por isso nunca sabia quando iria vê-lo, era um acaso.

Se ela estava apaixonada por ele? Não, certamente que não, amava outro.

Foi só um de seus pressentimentos, sonhou com ele, acordou sabendo que o encontraria.

Dia de quinta-feira quase não vai alguém ao treino, ele provavelmente não iria também, mas sabia que o veria de uma forma ou de outra. Como ela sabia disso? Não sabia dizer. Apenas sabia, apenas sentia, era o suficiente.

Ficou até com preguiça de ir ao treino, a cama estava mais aconchegante do que nunca! Mas tinha que ir, precisava vê-lo.

Levantou-se. Banhou-se. Vestiu-se. Foi.

Ninguém havia chegado. Passaram-se mais uns minutos, ela permanecia sozinha. Olhava ao redor, vendo se ele chegaria. Nada.

Alguém chega e pede informações sobre o treino. Ela dá todas as informações ao novo aluno, que sai dizendo que ainda volta para treinar. Sozinha novamente, esperando...

É ele!! De repente, seu olhar o avistou. Ele vinha ao seu encontro. Parecia não a ter notado ainda, mas vinha na direção dela. Sorrisos. Encontraram-se. Cumprimentaram-se amigavelmente.

-Sozinha?

-É, esperando o mestre.

-Estava só passando, não vou ficar para o treino hoje.

-Ah!

Sorrisos. Despediram-se.

Ela não saberia explicar que espécie de felicidade sentiu. Sabia que o encontraria, sentiu que ele, de alguma forma, também sabia. Vai ver que marcaram um encontro apenas por telepatia, isso existe? Não sei, ela nem acredita nisso e nem sei se ele acredita ou não. Sabe-se que se encontraram. Coincidência? Acaso? É pode até ter sido uma dessas coisas. Ela não se importa com definições, mesmo porque definições pedem explicações e ela não as tem.

Apenas sentiu que aquele encontro aconteceria.

Sentiu, soube, foi o suficiente.

Eulidiane Morais
Enviado por Eulidiane Morais em 13/12/2017
Reeditado em 13/12/2017
Código do texto: T6198295
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