SENILIDADE (Série Diálogos Poéticos) ROBERTA LESSA

Um local digno para cada um de nós,  há de se pensar ...

Acho que meu lado canceriano se recusa a sorrir feliz daquele que ousa escrever sobre senilidade e toda consequência que chegam com o decorrer dos anos.  Temos pelo mundo tantos idosos abandonados e sem o mínimo necessário para uma vida digna e funcional muitos estampam um relapso riso forçando um quase bom humor complacente a estampar as faces...

Vejo pessoas de rostos novos, mas velhas em seus corpos jovens, agindo de forma a alimentar a decrepitude em suas mentes que deveriam que serem algo além do que repetições de vidas d'outrem.

Ando meio às avessas comigo mesma, moradora nesse meio termo de vida,  entre não mais habitar a tenra idade e a espera pelo tempo que ser tornará ido e se acumulará em mim em rugas e nesgas.

Minha senilidade maior é a consciência e espera da vida por saber ida. Senilidade que é considerada por tantos como doença social e valorizando por tantos outros como a juventude enquanto solução de todos os problemas de uma sociedade muito mau resolvida 

Fez me pensar... Fez me pensar... Fez-me pensar...

Em diálogo com a crônica "Asilo ou Casa de Repouso" de autoria de Aragon Guerreiro. Acesso em ( https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6202991 )
Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 19/12/2017
Código do texto: T6203365
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