Boom

Hoje é dia 21 de outubro e a gente quando pára pra perceber... Boom!!!! Leva um susto. O ano pareceu mesmo voar e que bom que com ele voaram nossos sonhos. É uma agradável sensação de realização que invade sem pedir permissão. Melhor assim. Por que aqui costumamos burocratizar até o que é bom. Deixa o tempo voar...

A gente pode (e deve) até reconhecer o esforço dispensado durante todo esse tempo, e não economizar nos elogios, afinal o sucesso deve ser enaltecido sem nos trazer um "ar" esnobe, apenas que nos mostre que empenho e dedicação sempre chegam a algum lugar.

Há pouco mais de dois meses de encerrar um ano, um novo ciclo deverá começar. Ou não? Ciclos são ciclos, são continuidades de uma idéia sem fim, mesmo que nossa incapacidade perante a vida (e a morte) pareça interromper nossos ideais... Apenas parece, pois aquilo que não se pode tocar, também não se permite furtar. É mesmo uma certeza de que tudo continuará firme, direcionado, numa incessante força movida pelo querer, pela vontade e pelo prazer. Que boa certeza!!!

Sem pestanejar por um segundo que seja, ter a certeza e segurança que o caminho aberto pela insistência, pelo dom, pelas oportunidades que aparecem e caem em nosso colo, continuará sendo construído e prolongado, pois não existe fim nessa estrada, existe apenas caminho e caminhar. Sem essa pressa contemporânea, sem a correria esquizofrênica que a gente se presta sem prestar muita atenção nos detalhes. Ah! E depois de um “longo curto” ano, os detalhes acabam mesmo fazendo a diferença. E os mínimos eu diria.

Aqueles que não se percebe a grandeza simples de uma solução, na benéfica conseqüência de mudar direções, pensamentos, e idéias que temos da vida, das pessoas, e até da gente mesmo. Os detalhes acabam sendo os que roubam a cena protagonizada pelo belo anunciado, e sempre pelo que está a vista, e assim tudo faz muito mais sentido, mesmo que não seja pra todo mundo. Se fosse seria como pedir demais...

Quando a gente olha pra trás e começa a perceber que um ano praticamente foi embora, dá vontade de fazer uma releitura e pegá-lo pelo rabo... Como se fosse possível rebobinar uma fita, e entender, e ver os longos caminhos atravessados, as palavras soltas no vento que falamos por aí, os sorrisos que despertaram outros sorrisos, os papos furados e gostosos de esquina, e por aí vai... E vai longe! E se desse pra ser assim, na íntegra, talvez muita coisa fosse feita diferente, até mesmo pra ficar de bem, pra sair melhor naquela foto, pra não ter dito aquela palavra, pra não ter pensado... Melhor não? Não sei, o saudosismo é uma delícia até nas mancadas, porque a gente acaba rindo da gente mesmo e quem vê nos chama de loucos. Acho que loucos entendem melhor o mundo!

Mas se desse pra ser assim, talvez muita coisa perdesse a graça, pois depois de um tempo a gente acaba descobrindo nos erros e no passado a chave que precisávamos pra dar aquele aperto, consertar o que parecia inconsertável e daí fazer um concerto com a gente mesmo...

Aprender a perdoar as pessoas e a si mesmo. Por que errar é muitas vezes o caminho de quem pensou em acertar. E assim a culpa se extirpa num piscar de olhos. Fica sem vez. Culpa é um peso chato que só atrapalha. Bom é descobri-la logo inicio e se livrar dela de uma vez.

Depois de um longo ano, somado ao tempo que a gente estreou nesse mundo, fica realmente a sensação de que a vida como dizia nossos pais, é mesmo um grande aprendizado e quando a gente ficar velhinho a gente vai contar pros netos, pras crianças da rua, e pra quem quiser ouvir, que o tempo passa rápido, mas que viver será sempre uma delícia!

Tiago Alves
Enviado por Tiago Alves em 22/10/2005
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