Não quero, nem devo me despedir!

Não. Não!

Não quero começar dizendo não. Mas, pra certas coisas é preciso dizer não. Não quero, nem devo, nem posso me despedir.

Mas, despedidas são necessárias... A gente passa a vida toda se despedindo. É uma grande viagem a vida! E uma viagem sem volta. Não pedimos para nascer... Ou será que pedimos? Às vezes desejamos morrer... Mas, de pronto lembramos da infância... Daquele gosto doce na boca... Das risadas, do som das nossas risadas quando éramos pequenos, inocentes, pacientes ou irritados conosco mesmo. Tudo na infância é uma novidade!

O primeiro olhar acolhedor da nossa mãe, o primeiro abraço dela, o cheiro dela, as mãos dela... Ah! Nossa mãe. Nossa mãe! E como se fosse um sonho veloz a gente cresce, chega a "aborrecência", grita para o mundo ouvir: EU EXISTO! E o mundo grita: Cala a boca que eu já sei que tu existes! e o mundo te abraça ou te destrói em segundos também. Uma vez na Terra, vivo... Você vira refém da Terra!!!! Fica preso dentro dela (Terra) e não sabe, não saca direito qual o seu verdadeiro destino... E são tantos os caminhos, você se hipnotiza pelos diversos caminhos, você sintoniza com o Divino. Você descobre que as lágrimas de fel podem se transformar em mel. Você descobre que tem o poder de transformar a si próprio. Mas, não transforma o mundo! Não modifica o caráter de ninguém... Só pode responder por si. É tudo uma imensa, grande aventura. É tudo um jogo de sinais. É a mente controlando a gente, é a gente que controla a mente...? É uma enxurrada de informações diárias. É um jornal não lido mais. São livros não lidos mais. E a culpa é do escritor, leitor ou das estrelas? É o fascínio passageiro dos amantes... São inúmeras situações complexas e diferentes que são necessárias de se lidar. Exemplo: Quando nascemos já sabemos que um dia morreremos, mas que merda é esta? Para dar uma pitada de tempero nesta zorra toda, você inventa que precisa se apaixonar, precisa amar, amar muito e esquecer de você em prol do outro.

Olha aí!!!! Gente, amor incondicional é raro, vou logo avisando aos navegantes. Eu descobri este amor através do amor de minha mãe. E é algo recíproco. E o que vem a ser a beleza do amor? A gente não toca neste sentimento, não enxerga o formato dele, o tamanho, a gente luta, mata, morre, respira, inspira, transpira em nome deste sentimento que nos move e move o mundo. Pra sempre em seguida depois de amar haver sempre uma zorra de uma despedida!!! Qual é a moral? Como vai ser o final? E o final pode ser dobrando uma esquina, entrando num elevador, mergulhando num mar... Ah! São tantos os finais... Mas, as vidas não são iguais! Cada um é único em sua jornada. Cada um tem a sua experiência, a sua bagagem, as suas impressões, as suas lógicas, noções. Ser humano é um bicho extremamente complicado! Só sei que a simples ideia de uma existência vazia me causa pânico. Só sei que na maioria das minhas experiências vivi mares revoltos, mas também vivi mares serenos. Depois da tempestade virá a fartura, prosperidade, sucesso e principalmente aprendizado!

A gente sabe que neste mundo nada é para sempre. Tudo tem prazo de validade! Tudo tem regras, poderes, hierarquias, mandos, desmandos, culturas estraçalhadas. De quando em quando surge uma nova tragédia mundial. Mas, também há a tragédia do nosso cotidiano. Diariamente fechamos os olhos e os ouvidos para não ou virmos os apelos dos mais fracos e oprimidos. Quantas vezes negamos um favor à alguém que está necessitando de apenas de uma mínima atenção. Apenas alguém para conversar. Mundo repartido. Mundo dividido. Mundo tão desigual. "De um lado este carnaval do outro a fome total!" E para poucos o que eu escrevo aqui não passa de exagero ou alucinação.

Estes poucos que possuem muito mais do que um PIB de um País tão nem aí para os marginalizados, os esquecidos pelos "homens de bem". Brasileiros somos guerreiros, guerreiras, mas também existem os psicopatas sociais, correm atrás da grana, mesmo tendo uns milhões de caminhões cheios de grana. Isto é uma riqueza de alma ou uma pobreza de espírito destes personagens dos nossos telejornais? Aliás, estou emburrecendo-me todos os dias, porque estou cansada de ver as mesmas notícias, só mudam as personagens. Tudo para obedecer o curso, rumo da História. Não é senhor Cabral?

Viram porque não quero me despedir?

Primeiro: Detesto despedidas.

Segundo: Ainda sou panaca e acredito que este mundo tem algumas chances de mudar.

Terceiro: Acredito em sentimentos e um pouco nas pessoas...

Quarto: Sim. Para a vida!

Bom Dia!

Feliz Natal!

Andréa Ermelin

24 de Dezembro de 2017.

05:16h manhã.

Domingo.

Salvador-BA/Brasil.

Andréa Ermelin de Mattos
Enviado por Andréa Ermelin de Mattos em 24/12/2017
Reeditado em 24/12/2017
Código do texto: T6207002
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