A DANÇA DAS CORES (O PRETO E O BRANCO)

De onde eu me encontrava observava as cores num rodopiar intenso, até que o branco e o preto me chamaram a atenção.

Fiquei observando atentamente e percebi nos olhos do preto uma doçura, mas ao mesmo tempo pairava uma dúvida. Seus olhos brilhavam quando encontravam com os olhos do branco e logo em seguida esmoreciam.

Interessada passei a observar o branco, que parecia estar, onde não queria estar. Seus olhos tinham um misto de raiva ou de vingança velada, não consegui entender.

Fiquei ali olhando e percebi que não conseguia mais me fixar em mais nenhuma cor, alem do branco e preto. Absorvida em meus pensamentos nem percebi quando eles se entrelaçaram e se misturaram entre as outras cores. Havia algo que eu não conseguia perceber, em alguns momentos as cores enfraqueciam e logo depois ficavam mais fortes.

Recostei no meu canto e fiquei observando o brilho das outras cores, mas meu pensamento estava no branco e preto. Até perceber que haviam sumido como por encanto.

Por um momento me distrai, olhei para o céu e vi uma nuvem cinzenta chegando muito lentamente, como se o branco e preto tivessem se unido de alguma forma. Mas a nuvem encobriu a magnífica lua cheia e ficou pairando sobre ela.

Inclinei minha cabeça para trás, fechei os olhos e deixei a minha mente divagar sobre a fusão de cores tão diferentes e ao mesmo tempo harmoniosas.

Num dado momento senti o luar novamente invadir o ambiente e percebi que as nuvens haviam se afastado. Lentamente levantei olhei para o céu, sorri e segui meu caminho.

Tinha a certeza de que em algum lugar, naquele momento elas estavam bem...

Passado algum tempo vi as mesmas nuvens, mas, separadas, vi que a mais clara estava se apagando. Senti umas gotas caindo em meu rosto e foi então que percebi que não eram gotas de chuva eram lágrimas que caiam e molhavam todo o chão. Percebi que a nuvem clara sumia e deixava no chão a marca de sua dor.