Tô de férias! Frase curtinha, mas de uma energia maravilhosa. Por quê? Porque vem impregnada da energia da própria pessoa que a diz. Na verdade, esta frase não se diz, se canta! Tô de férias é quase um mantra, parada obrigatória na vida de qualquer cidadão que se doa, que se mata de trabalhar 365 dias por ano, menos nos feriados, dias santos e ... nas Férias, é claro!

As férias são boas porque vão além, muito além do próprio nome: carregam em si um significado muito forte que, na Língua do descanso é sinônimo de eu mereço!  E merece mesmo. E merecemos muito, pois viver de horário marcado e correria vai além daquele verso de Claudinho e Buchecha E a solidão é o meu pior castigo: o pior castigo são os relógios despertadores, algozes cruéis, a nos arrancar dos braços de Morfeu, para o exercício diário de viver.

Então, férias são mesmo esse oásis no meio do deserto da canseira e do estresse. Trocando em miúdos, é um tempo onde você pode estender seu carnaval e fazer tudo que lhe der na telha. Esse tempo de bobeira é seu! E sendo de bobeira, faça com ele o que bem lhe convier. Se quiser viajar, viaje! Se quiser ir para a praia, vá! Se quiser se esconder numa casa no meio do mato, faça-o! Se quiser subir uma montanha, suba! Se quiser fazer nada, faça nada, nadinha!

As férias nos dão certos direitos. E tanto pode ser bom estar lá do outro lado do mundo, naquele País que você sonhou, como estar entre os muros de sua casa, trancado a sete chaves, sem pôr o nariz pra fora. Qualquer que seja o seu desejo, está valendo! É um direito seu, por exemplo, ligar a TV o dia inteiro, ver programas de fofocas,  receita, dicas de moda, documentários, filmes, desenho animado, esporte, tudo que tiver vontade. Algum problema em chorar ou rir com um bom filme na boa e velha sessão da tarde? Neste tempo, permita-se fazer  isso, se tiver vontade. Você pode, você deve.  

Ficar de férias é poder fazer aquelas coisinhas bobas, mas tão gostosas que normalmente você não faz. Por exemplo, nas férias você pode simplesmente  perambular pela rua ao deus-dará. Pode se sentar no banco da praça e chupar aquele saboroso picolé de limão, enquanto observa os transeuntes em seus passos apressados, rumo aos escravizantes compromissos de todo dia — e você só ali, pensando com o picolé de limão não tenho que ir a lugar nenhum.

Certa vez uma pessoa me falou que em tempos de férias jamais, jamais marca coisas ruins, ou sem graça, como médicos, cirurgias, dentistas e afins. Nem pensar, só se for mesmo inevitável. Há pessoas também que, nesse período, abominam quaisquer tarefas  que se pareçam com dar aquela faxinada básica na casa, limpar gavetas ou   vasculhar tetos e paredes. É o tipo de programa também que, dizem, turva qualquer alegria em dias de papo pro ar.

Por fim, resta dizer: tô de férias! Mentira, não tô mais... E férias boas são aquelas que se acabam. Alguém já disse  que até a mais bela música se tornaria insuportável, se tivesse que ser ouvida eternamente. Pura verdade! E sabe-se, as férias só fazem sentido porque o trabalho cansa, esgota, exaure, extenua, estressa — e existe, graças a Deus! Do contrário, enlouqueceríamos. Então, que bom voltar ao trabalho! Se assim não for, como esperar com alegria e entusiasmo pelas próximas férias?