Saí de casa para ficar de boca aberta para um homem e ainda ter que lhe pagar uma nota preta, o meu dentista. Peguei o metrô e, por sorte, consegui um lugar para me sentar. Atrás de mim dois rapazes conversavam.
- E aí, tá trabalhando?
- Cara já não sei mais o que fazer pra arranjar dinheiro. Já vendi seguro, já fui corretor de imóveis, já trabalhei no uber e o que consegui, nesse último emprego, foi um problema de coluna. Ficar dez horas sentado acabou comigo. Já fui camelô também. Vendi óculos, calcinha, controle pra TV, mas tinha dia de vender um ou dois itens e voltar pra casa frustrado. O freguês parava e perguntava sempre por um item que eu não tinha.
- E na sua profissão? Nada?
- Tenho tentado, mas desde que saí da faculdade, da pós-graduação em engenharia mecânica, venho fazendo entrevistas, mas até agora nada. Semana que vem, depois do carnaval, vou armar uma barraca e vender de tudo: cotonete, lâmpada, pomada pra hemoroida, biscoito Globo, supositório, extensor peniano, legumes, frutas e penico, já que esse país está na m....
Juro que se o encontrar vou comprar um penico só para incentivá-lo.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 08/02/2018
Reeditado em 07/04/2018
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