ERRO COMUM

Recebi uma mensagem pelo WhatsApp que me levou a uma reflexão. “Erro comum: supor ao invés de perguntar.” Fiquei pensando em quantos desentendimentos ocorrem em virtude de suposições errôneas. Só para ilustrar vou relatar uma pequena historinha.

Uma pessoa morava ao lado de um terreno baldio e para evitar que a lixeira se proliferasse puxou uma cerca de arame, plantou grama na parte que seria a calçada, colocou plantas no pé da cerca e passou a cuidar e vigiar constantemente. Mesmo assim ali e acola alguém jogavam lixo por cima do aramado, meninos de rua entravam no terreno para caçar preá, mas melhorou muito inclusive o visual do logradouro embelezado com a grama sempre verde porque era aguada e cuidada constantemente.

Um dia o cuidador do local utilizou o dito terreno para por plantas ornamentais e pedaços de grama porque estava reformando seu jardim e possivelmente iria precisar depois. Se deixasse na rua com certeza alguém levaria. Na cabeça dele se não precisasse de todas aquelas plantas elas serviriam de proteção evitando que alguém entrasse naquele espaço porque as plantas tinham espinhos.

Foi surpreendido por um jovem que lhe agrediu com palavras apontando o dedo e dizia que ele estava jogando lixo no terreno alheio. A princípio ele também se exaltou uma vez que estava indignado. Não queria reconhecimento, mas não era justo investir com cuidados no terreno alheio pagando para aguar e cortar a grama da calçada e ainda ser tachado como depredador do ambiente.

A vítima retomou sua compostura quando se lembrou da mensagem que tinha recebido naquela manhã pelo WhasApp; “ Bom de briga é aquele que cai fora”. A outra parte continuava descontrolada e ferindo sempre com palavras. Até que indagou:

- Você está dizendo que não joga lixo no terreno, mas porque você não faz como os outros vizinhos que coloca o lixo no saco e põe na porta para o caminhão pegar?

- E quem disse que não faço isso? Pergunte ao meu vigia que ensaca o lixo e põe na porta. Veja com os rapazes do serviço do lixo que eles afirmarão que recolhem meu lixo sempre. Agora se você não ver os sacos na porta da frente é porque minha casa é de esquina, tem portanto duas entradas e o lixo é posto no portão do lado.

Isso foi suficiente para acalmar o agressor. Ele julgava que todo lixo da casa era posto no terreno. Imaginava que dobrando a esquina se tratava de outra residência. A história teve um final feliz porque ele até pediu desculpas e se cumprimentaram cordialmente com aperto de mão e abraços.

Pelo sim e pelo não as plantas ornamentais não foram mais postas no terreno e o cuidador continuou fazendo sua parte. Mesmo depois do desentendido já mandou cortar a grama que estava muito crescida.

“ERRO COMUM: SUPOR AO INVÉS DE PERGUNTAR.”

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 27/02/2018
Reeditado em 27/02/2018
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