“Têm dias em que é difícil sair de casa e olhar a vida.
São os dias em que se tem ciência da finitude.
Que tudo há de deixar de ser.
Acolher-nos, resta?”. (Marisa ...
Sorvedouros do tempo...
São os dias em que se tem ciência da finitude.
Que tudo há de deixar de ser.
Acolher-nos, resta?”. (Marisa ...
Sorvedouros do tempo...
Os dias cinzentos, eles veem, tu, uma única folha, numa única árvore no mundo, dum ramo seco saltar para o vazio.
Lembranças tão ternas de amores, de amigos que amou, levas. Ir, querias não!
O dia declina. Ressequida, tocas o seio da Terra. Ela, fecundante te engole. Camada de terra, após camada, te enterrando cada vez mais profundo. Prendendo-te.
O frio é intenso. A noite infinda. Escuridão, profunda.
Entranha-te, tristeza insustentável. À vida pertences. Desde sempre.
O caminho de volta é longo. Uma dor morna, gratificante.
Quase já chegas. Renasces.
Estás jovem. De novo, guerreias contra o tempo. Não com o que ficou pra trás, mas contra sua tentativa pequena e cruel de ir descamando, pouco a pouco, tudo o que você mais ama.
Verdadeiramente mais terrível são os anos perdidos por vir. O estar, o deixar ficar que é mais pálido, mais fraco. Se morto já não está.
E carregas a morte, de novo. Invés do alívio do nada, morto sem ter morrido, espera-te o cansaço, o peito doendo.
Insuportável isso!
Até, de vez para sempre levantes voo e saias por aí dando saltos mortais através de sorvedouros do tempo.
Roçando da morte para a vida, da terra para o espaço cintilante, rosto voltado para cima alcances a tão sonhada liberdade.
(*) Imagem: Google
https://www.youtube.com/watch?v=K8MfCjlFviQ
Lembranças tão ternas de amores, de amigos que amou, levas. Ir, querias não!
O dia declina. Ressequida, tocas o seio da Terra. Ela, fecundante te engole. Camada de terra, após camada, te enterrando cada vez mais profundo. Prendendo-te.
O frio é intenso. A noite infinda. Escuridão, profunda.
Entranha-te, tristeza insustentável. À vida pertences. Desde sempre.
O caminho de volta é longo. Uma dor morna, gratificante.
Quase já chegas. Renasces.
Estás jovem. De novo, guerreias contra o tempo. Não com o que ficou pra trás, mas contra sua tentativa pequena e cruel de ir descamando, pouco a pouco, tudo o que você mais ama.
Verdadeiramente mais terrível são os anos perdidos por vir. O estar, o deixar ficar que é mais pálido, mais fraco. Se morto já não está.
E carregas a morte, de novo. Invés do alívio do nada, morto sem ter morrido, espera-te o cansaço, o peito doendo.
Insuportável isso!
Até, de vez para sempre levantes voo e saias por aí dando saltos mortais através de sorvedouros do tempo.
Roçando da morte para a vida, da terra para o espaço cintilante, rosto voltado para cima alcances a tão sonhada liberdade.
(*) Imagem: Google
https://www.youtube.com/watch?v=K8MfCjlFviQ
Magnífica interação, Poeta Olavo.
Gostei demais! Valeu!
"MINHAS ASAS QUEREM VENCER O TEMPO. QUEREM CHEGAR ANTES DA TEMPESTADE, DO ANOITECER DAS ESTRELAS, DO AMANHECER DO DIA E TRAVAR O SEU RELÓGIO. QUEREM DEIXAR TUDO PARADO PARA QUE ADMIREM O MEU VOO DE LIBERDADE"
Gostei demais! Valeu!
"MINHAS ASAS QUEREM VENCER O TEMPO. QUEREM CHEGAR ANTES DA TEMPESTADE, DO ANOITECER DAS ESTRELAS, DO AMANHECER DO DIA E TRAVAR O SEU RELÓGIO. QUEREM DEIXAR TUDO PARADO PARA QUE ADMIREM O MEU VOO DE LIBERDADE"